Article
Tegumentary Leishmaniasis (TL) caused by Leishmania Viannia Braziliensis in the genital organs
Fecha
2009Registro en:
OSÓRIO, R. C. et al. Tegumentary Leishmaniasis (TL) caused by Leishmania Viannia Braziliensis in the genital organs. Gazeta Médica da Bahia, v. 79, Supl. 3, p. 91-94, 2009.
0016-545X
Autor
Osório, Rosse Carneiro
Barbosa, Daniel
Martins, Marcelo
Leal, Renata
Nascimento, Diego Teixeira
Fernandes, Eljimar
Nascimento, Eliane G
Nascimento, Armando
Machado, Carlos César
Barral, Aldina Maria Prado
Costa, Jackson Mauricio Lopes
Institución
Resumen
A apresentação clínica na leishmaniose tegumentar (LT) depende da interação entre a virulência do parasita (Leishmania) e a
resposta imune do hospedeiro, sendo o local de maior ocorrência de lesão, as áreas descobertas do corpo. A ocorrência de lesão em
órgãos genitais é considerada rara. Nós acompanhamos 5 pacientes com lesões genitais causadas por Leishmania braziliensis em
Unidade de Saúde (Centro de Referência em Doenças Endêmicas Pirajá da Silva-CERDEPS/PIEJ), localizada no Município
de Jequié, região sudoeste da Bahia, área endêmica de LT, os quais, pretendemos descrever os aspectos clínicos e laboratoriais dos
mesmos. Material e métodos - entre 2000 a 2005, foram acompanhados 5(1,4%) pacientes com lesões genitais causadas por L.
braziliensis, os quais fazem parte de uma casuística de 350 casos atendidos no CERDEPS/PIEJ. Os pacientes foram submetidos
à avaliação clinico-epidemiológica, e para confirmação diagnóstica, realizou-se exames: intrademorreação de Montenegro
(IDRM), enzyme linked-immunosorbent assay/ELISA, e biópsia da borda de lesão/histopatologia. Os pacientes foram tratados
com antimoniato-N-metilglucamina (Glucantime®) na dose de 15 a 17mg/Sb+5/kg/dia/20 a 30 dias, com seguimento póstratamento
de 12 meses. Resultados - A faixa etária dos pacientes variou de 4 a 62 anos (média 32.8), com predomínio do sexo
masculino 4(80%). Todos os pacientes procediam de áreas de risco para LT (Florestal/Jequié, Itagiba, Jaguaquara, São Gonçalo/
Contendas do Sincorá – região sudoeste da Bahia), nenhum relatava historia pregressa de LT. A duração das lesões antes do
diagnóstico variou de 60 a 120 dias (média 80). As áreas mais afetadas foram corpo do penis e glande, com lesões ulceradas de base
granular. Ausência de adenite satélite foi observada na maioria dos casos (80%). O diagnóstico foi confirmado com IDRM+
(100%), ELISA reagente (60%), e histopatologia mostrando reação inflamatória crônica granulomatosa com presença de formas
amastigotas de Leishmania em 5(100%), todos apresentaram cura clínica. Conclusões - nos casos estudados, somente um paciente
apresentou lesão concomitante de pele, nenhum tinha história pregressa de LT indicando que a doença começou por inoculação
direta do parasita (Leishmania) na área comprometida. Hábitos como: dormir sem roupa, e ausência de instalações
sanitárias no domicilio, fortalecem a hipótese de transmissão, pois, permitem a exposição de áreas normalmente cobertas do
corpo. Outro aspecto a ser avaliado é incluir as lesões genitais causadas por Leishmania no diagnóstico diferencial de
doenças sexualmente transmissíveis e/ ou neoplásicas. Esta apresentação clínica simula outras doenças como sífilis, e
carcinoma. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e prognóstico favorável aos pacientes.