Thesis
Contribuições ao estudo do modo de ação de homólogos da proteína de ligação ao poli-A (PABP) de Leishmania infantum
Fecha
2018Registro en:
MERLO, K. C. Contribuições ao estudo do modo de ação de homólogos da proteína de ligação ao poli-A (PABP) de Leishmania infantum. 2018. 130f. Tese (Doutorado em Biociências e Biotecnologia em Saúde) - Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2018.
Autor
Merlo, Kleison da Costa
Institución
Resumen
Os tripanossomatídeos são protozoários patogênicos em humanos, animais e plantas e cujas espécies mais conhecidas pertencem aos gêneros Leishmania e Trypanosoma. Estes parasitas apresentam uma complexa regulação da expressão gênica controlada por eventos pós-transcricionais, muitos dos quais afetando o metabolismo dos seus mRNAs. A proteína de ligação à cauda poli-A (PABP) é uma das principais proteínas de ligação à mRNAs em eucariotos e possui um papel crítico na tradução e em outros processos. Três homólogos de PABPs foram descritos em Leishmania, sendo que a PABP1 foi confirmada como estando ativa na tradução, enquanto que as PABPs 2 e 3 interagem entre si e parecem estar associadas a mRNAs distintos aos da PABP1, mas as funções específicas de cada homólogo ainda não são bem definidas. Este trabalho teve como objetivo investigar diferenças funcionais entre estes três homólogos em Leishmania infantum, definindo se são ou não essenciais para a sobrevivência celular e identificando motivos críticos para sua função. Primeiro, foram construídos cassetes para deleção dos genes das PABPs 2 e 3 seguido de sua transfecção no patógeno. Pudemos observar a essencialidade da PABP2 e a não essencialidade da PABP3, sendo que a PABP1 foi confirmada como essencial em estudos prévios. Mutantes das PABPs 1 e 2 foram então gerados por mutagênese sítio-dirigida, expressos em L. infantum e testados quanto a sua capacidade de complementar a função da proteína nativa após a deleção dupla dos genes endógenos. Podemos concluir que os motivos LMW e YGF são críticos para a função da PABP1, enquanto que dois outros motivos não equivalentes, RQN e TGM, parecem ser essenciais para a PABP2. Mutantes também foram gerados para a PABP3, bem como um mRNA repórter que se espera capaz de se associar especificamente às PABPs 2 e 3. Estes resultados demonstram que os três homólogos atuam de maneira diferenciada e geram ferramentas para novos estudos, mais avançados, sobre a função dessas proteínas.