Dissertation
Análise da ocorrência do hormônio estrogênico, 17 alfa-etinilestradiol, no lago Paranoá
Fecha
2018Registro en:
GOMES, Juliana Pinheiro. Análise da ocorrência do hormônio estrogênico, 17 alfa-etinilestradiol, no lago Paranoá. 2018. 92 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Brasília, 2018.
Autor
Gomes, Juliana Pinheiro
Institución
Resumen
Diversos estudos vêm apontando sobre a ocorrência de contaminantes emergentes
nas matrizes aquáticas. Esses poluentes ainda não foram regulamentados, mas têm potencial
de afetar a saúde humana e ambiental. Neste grupo de contaminantes, destaca-se o 17αetinilestradiol (EE2), hormônio sintético presente em pílulas anticoncepcionais, com alto
potencial estrogênico e de bioacumulação. Dentre seus efeitos como desregulador
endócrino, o mais notório é a feminização de peixes. A ocorrência de poluentes emergentes
no Lago Paranoá (Distrito Federal – Brasil) é presumida devido ao lançamento de efluentes
provenientes de estações de tratamento nesse corpo hídrico e pelo fato dessas estações não
terem sido projetadas para a remoção desses tipos de contaminantes. Nesse contexto,
considerando que o Lago Paranoá é um manancial, os objetivos desse trabalho foram:
quantificar as concentrações de EE2 nesse reservatório, avaliar o desempenho das estações
de tratamento de esgoto e de água quanto à remoção de EE2, e caracterizar o risco de
exposição involuntária ambiental. Utilizou-se o método ELISA (ensaio de imunoabsorção
enzimática) para a realização das análises. Concentrações de EE2 foram quantificadas em
todas as amostras de esgoto bruto (1,31 – 2,08 ng. L
-1
) e de efluente tratado (0,23 – 1,50 ng.
L
-1
), e em uma das amostras de água superficial do Lago Paranoá (0,07 ng. L
-1
). Nas
amostras de água tratada a concentração ficou abaixo do limite mínimo de quantificação do
método. O desempenho máximo de remoção de EE2 pelas ETEs foi de 88%, alcançado pela
ETE Riacho Fundo, que opera em sistema RBS que remove fósforo. Por outro lado, as
demais ETEs que operam com sistema Bardenpho, seguido de coagulação/floculação/
flotação, a remoção foi em torno de 30%. A concentração de 0,07 ng. L
-1
quantificada no
Lago Paranoá, ficou abaixo das concentrações médias de efeito observado descritas na
literatura para animais aquáticos representantes do segundo e do terceiro nível trófico, mas
superior às concentrações previstas sem efeito propostas pela Comissão Europeia (0,035 ng.
L
-1
). Desse modo, essa pesquisa contribui para ampliar o banco de dados relacionado com a
presença de contaminantes emergentes no Lago Paranoá, no esgoto bruto e efluente tratado
de estações de tratamento. Além de contribuir para o monitoramento das tendências futuras
de aporte de contaminantes emergentes ao Lago, com o intuito de neutralizar, de forma
antecipada, os seus impactos negativos para a qualidade da água e para o ecossistema.