Dissertation
Pesquisa de Arenavirus em humanos e roedores silvestres no Mato Grosso do Sul e em profissionais que manuseiam animais no Brasil
Fecha
2014Registro en:
JESUS, J. F. de. Pesquisa de Arenavirus em humanos e roedores silvestres no Mato Grosso do Sul e em profissionais que manuseiam animais no Brasil. 2014. 124f. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de janeiro, RJ, 2014.
Autor
Jesus, Jorlan Fernandes de
Institución
Resumen
Os arenavírus são membros da família Arenaviridae que é constituída de um gênero único (Arenavirus), que atualmente compreende 25 espécies. Os reservatórios naturais dessa família são em sua maioria roedores. A exposição humana aos arenavírus ocorre, principalmente, através da inalação de aerossóis contendo partículas virais procedentes de urina, fezes ou saliva de roedores silvestres infectados. Arenavírus são responsáveis por causar graves doenças em humanos: febre hemorrágicas (FH) e/ou meningite, com altas taxas de letalidade. No Brasil, após a identificação do primeiro e único caso de febre hemorrágica Brasileira (FHB), em 1990, nenhum estudo até o momento conseguiu identificar o possível reservatório do vírus Sabiá. Em nosso país cinco espécies de arenavirus já foram descritas nos últimos anos em diferentes biomas e regiões. Além disso, o Brasil faz fronteira com três países onde FH causadas por arenavírus são endêmicas (Argentina, Bolívia e Venezuela), tornando factível a introdução de arenavírus exóticos em nosso território. O presente estudo foi desenvolvido com amostras humanas e de roedores silvestres no estado de Mato Grosso do Sul
O estudo com amostras humanas foi constituído por dois distintos grupos: (i) amostras de profissionais de saúde, de diversas regiões do Brasil, que exercem atividades nas quais existe o contato com animais silvestres, com o objetivo de inferir as regiões do país onde esses vírus possam estar circulando; (ii) amostras de soro de casos suspeitos e confirmados de dengue provenientes do Mato Grosso do Sul. No inquérito sorológico nos profissionais que manuseiam animais foi encontrada uma prevalência de 0.7% pela técnica ELISA, confirmando o baixo risco de transmissão de arenavírus nesta população com elevada exposição. Não foi detectada a infecção ou contato prévio com arenavírus nas amostras de pacientes com suspeita de dengue, com ou sem confirmação laboratorial, procedentes do estado do Mato Grosso do Sul, porem foram detectadas altas prevalências (21.6%), por RT-PCR, de infecção por arenavírus nos roedores das espécies Calomys callosus e Necromys lasiurus no estado confirmando a hipótese de circulação de arenavírus em áreas onde os roedores reservatórios se encontram distribuídos e apontam para a importância da vigilância epidemiológica para os arenavírus considerados patogênicos para o homem
Por fim, o sequenciamento de nucleotídeo do segmento S completo possibilitou a identificação de dois vírus, sem descrição prévia no Brasil, os vírus Latino em C. callosus e Oliveros em N. lasiurus