Thesis
Trabalho é o que você faz para ganhar dinheiro ou aquilo onde você coloca sua alma? condições de trabalho e vida de atores de teatro experimental atuantes no Rio de Janeiro
Fecha
2014Registro en:
PRANGE, Ana Paula Lobão. Trabalho é o que você faz para ganhar dinheiro ou aquilo onde você coloca sua alma? condições de trabalho e vida de atores de teatro experimental atuantes no Rio de Janeiro. 2014. 235 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014.
Autor
Prange, Ana Paula Lobão
Institución
Resumen
O presente estudo buscou analisar as condições de trabalho e vida de atores
de teatro experimental. A partir da noção de vocação, e de um mapeamento do
ofício a partir da Sociologia das profissões artísticas, propôs-se um diálogo com
os conceitos da Psicodinâmica do trabalho, tendo sido desenvolvida, ainda,
uma pesquisa qualitativa. Foram realizadas três entrevistas coletivas, no
período de trinta dias, com uma companhia de teatro experimental atuante no
Rio de Janeiro. Dividiram-se os resultados, para fins de organização, em sete
aspectos. Os quatro primeiros, relativos ao panorama geral da profissão,
incluem: a precocidade do ingresso no ofício como uma tendência frequente; os
dilemas e desafios da profissão, desde a instabilidade que historicamente a
caracteriza à precarização que vem marcando contratos e relações de trabalho;
o aumento crescente da qualificação, representando em muitos casos a chance
de se obter a estabilidade financeira, sobretudo através de atividades de
ensino; e a banalização do ofício que, relacionada à busca desenfreada da
fama e às idealizações fantasiosas, vem gerando impactos sobre os processos
de formação. Os três outros aspectos se referem mais especificamente à
análise do trabalho dos atores a partir de conceitos da Psicodinâmica de
trabalho. Compreendem: os meios pelos quais se dão a mobilização subjetiva
para o exercício teatral, a partir do confronto com o real, e por meio da carga
psíquica de trabalho; a questão do reconhecimento e sua importância para a
construção – e manutenção - da identidade e, por fim; a importância do coletivo
que, mesmo afetado pelas tendências individualistas e competitivas do mundo
contemporâneo, se constitui a essência mesmo do trabalho em teatro, tanto
pelo sentimento de pertencimento como, ainda, pela via da cooperação.