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Prevalência e características de brasileiros com 50 anos ou mais que receberam um diagnóstico médico de COVID-19: iniciativa ELSI-COVID-19
Fecha
2020Registro en:
WOOLLEY, Natalia Oliveira et al. Prevalência e características de brasileiros com 50 anos ou mais que receberam um diagnóstico médico de COVID-19: iniciativa ELSI-COVID-19. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 15, p. 1-8, jul. 2020.
1678-4464
10.1590/0102-311X00190320
Autor
Macinko, James
Seixas, Brayan V.
Woolley, Natalia Oliveira
Andrade, Fabiola Bof de
Lima-Costa, Maria Fernanda
Institución
Resumen
A síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) já causou mais de meio milhão de mortes em todo o mundo. O Brasil foi particularmente afetado, registrando mais de 1,3 milhão de infecções e 57 mil mortes no final de junho de 2020. Embora o número agregado de casos seja essencial na modelagem da epidemia e no planejamento de respostas sanitárias, uma análise mais detalhada dos fatores de risco associados à infecção também é necessária. Este estudo fornece uma visão inicial das características associadas ao recebimento do diagnóstico médico de COVID-19 em uma amostra nacionalmente representativa de brasileiros com 50 anos ou mais. Os dados são derivados da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) e de uma pesquisa de acompanhamento por telefone aos participantes do ELSI-Brasil, conhecida como iniciativa ELSI-COVID-19. A pesquisa por telefone foi administrada entre 26 de maio e 8 de junho de 2020. Os resultados mostram que cerca de 2,4% (n = 70) dos participantes relataram ter sido informados por seu médico que tinham COVID-19, mesmo que apenas a metade desses indivíduos (n = 37) relatou ter recebido uma confirmação diagnosticada por teste viral. Fatores demográficos (idade entre 50-60 anos), fatores socioeconômicos (renda familiar mais baixa), fatores relacionados à saúde (obesidade, três ou mais condições crônicas) e geografia (viver na região norte do país) foram associados positivamente com um diagnóstico de COVID-19. Apesar da natureza descritiva e preliminar aqui descrita, os resultados sugerem a necessidade de abordagens mais direcionadas para aumentar a proteção pessoal e fornecer mais opções de teste viral, especialmente para adultos mais velhos, mais doentes e mais vulneráveis no Brasil.