Thesis
Toxoplasma gondii-célula muscular esquelética: aspectos estruturais e moleculares nos sistemas in vitro e in vivo
Fecha
2011Registro en:
GOMES. A. F. Toxoplasma gondii-célula muscular esquelética: aspectos estruturais e moleculares nos sistemas in vitro e in vivo. 2011. 104f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) - Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, 2011
Autor
Gomes, Alessandra Ferreira
Institución
Resumen
O Toxoplasma gondii parasito intracelular obrigatório tem como nicho durante a fase
crônica da infecção, o músculo e o cérebro, o que justifica o emprego de culturas primárias
de células musculares esqueléticas (CME) como modelo de estudo da toxoplasmose
experimental. Os objetivos e resultados desta tese foram: (1) analisar a capacidade infectiva
do T. gondii em CME durante a miogênese e seu efeito neste processo. Taquizoítos
invadem 43% das células da cultura e mioblastos infectados inibem em 75% a formação de
miotubos, afetando assim a miogênese. A expressão da molécula de adesão caderina foi
modulada negativamente com diminuição expressiva do gene M-caderina em células
infectadas; (2) Investigar o citoesqueleto em CME infectadas com T. gondii. A infecção de
CME causou remodelamento de tubulina, desarranjo de filamentos de actina e
reorganização de miosina. Testes por RT-PCR não mostraram significante mudança na
síntese de mRNA para desmina durante a interação. Ensaios bioquímicos por Western blot
mostraram uma redução da expressão da proteína desmina. O rompimento das barreiras
físicas durante o escape do parasito da célula hospedeira garante novos ciclos celulares; (3)
Correlacionar os dados experimentais das más formações congênitas observadas in vivo
com o distúrbio da miogênese verificada in vitro. Análises histopatológicas apontram a
interferência do T. gondii no desenvolvimento embrionário do tecido muscular revelando a
formação de miofibras menores, com menos densidade de material citoplasmático e maior
espaço intermiofibrilar; (4) Investigar a resposta celular de CME frente infecção pelo T.
gondii. Nós demonstramos que a infecção leva a um aumento no número de corpúsculos
lipídicos (CL), os CL interagem com o retículo sarcoplasmático e o citoesqueleto de actina.
Por análise ultraestrutural foi visto que CL em contato direto com a membrana do vacúolo
parasitóforo e dentro da matriz vacuolar, em torno e interagindo diretamente com a
membrana do parasito, indicando que CL são recrutados e liberam seu conteúdo para
dentro do PV. Houve um aumento nos níveis de mRNA da enzima ciclooxigenase-2 (COX-
2), nas primeiras horas de interação T.gondii-CME e um aumento na síntese de
prostaglandina-E2 de 6 a 48 h de interação. Nós observamos um aumento na produção das
citocinas interleucina-12 e interferon-γ em CME infectados. Nós sugerimos que o parasito
modula a resposta celular de CME infectadas e deve contribuir para o erstabelecimento e
manutenção na fase crônica da infecção na célula muscular.