Dissertation
Análise da mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis no município do Rio de Janeiro, 2000-2017
Fecha
2020Registro en:
RAPOSO, Roberto de Araújo. Análise da mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis no município do Rio de Janeiro, 2000-2017. 2020. 108 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Raposo, Roberto de Araújo
Institución
Resumen
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) apresentam a maior carga de mortalidade em todo o mundo, sendo os principais grupos de causa de morte prematura: as doenças cardiovasculares, as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes, especialmente nos países mais pobres. No Brasil e no município do Rio de Janeiro (MRJ) foram observadas tendências de redução das taxas de mortalidade prematura (MP), mas estas não se apresentam homogêneas, sendo identificados resultados menos promissores nas áreas de baixo desenvolvimento econômico e social. O MRJ passou por um processo de reforma administrativa, de modelo de atenção priorizando a expansão das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Diante disso, o objetivo deste trabalho foi analisar a MP, estimar as principais causas e descrever a sua relação com as variáveis Índice de Desenvolvimento Social, sexo, raça/cor e cobertura da ESF no MRJ, de 2000 a 2017. Foi utilizado modelo de regressão linear de Prais-Winsten e as taxas de incremento foram estimadas com intervalos de confiança de 95,0%. A população total foi estratificada por áreas de planejamento, regiões administrativas e bairros. Nos níveis municipal e das áreas de planejamento, a análise de série temporal das taxas de MP foi realizada para ambos os sexos e em separado para homens e mulheres. Nos outros níveis foram apenas calculadas as taxas para ambos os sexos. A partir do ano 2000, a mortalidade proporcional por grupos de causas apresentou relativa estabilização, marcando a forte prevalência das doenças do aparelho circulatório, neoplasias e menor peso dos óbitos por causas externas e doenças infecciosas e parasitárias, que em conjunto representam, aproximadamente 60,0% do total de óbitos na cidade. Houve grande redução na taxa de mortalidade prematura, que, no entanto, apresentou-se desigual, com resultados piores nas regiões mais pobres. Observou-se também maior participação percentual das neoplasias nas áreas com melhores condições socioeconômicas e prevalência das doenças cardiovasculares nas mais pobres. Depreende-se que a maior efetividade se encontra na atuação sobre os fatores de risco modificáveis, preferencialmente na estratégia saúde da família e a partir de relações intersetoriais para a promoção de ganhos reais e equitativos em saúde, aqui incluída a redução da mortalidade prematura. O conhecimento então produzido, poderá auxiliar profissionais e gestores na identificação dos pontos mais sensíveis para o aperfeiçoamento da qualidade dos serviços e, especialmente, para a redução da mortalidade prematura na cidade do Rio de Janeiro.