Dissertation
Avaliação da citotoxidade e genotoxicidade in vitro de extrato de Cannabis sativa utilizado por família brasileira como terapia no controle de convulsões em crianças com epilepsia refratária
Fecha
2021Registro en:
CONDE, Taline Ramos. Avaliação da citotoxidade e genotoxicidade in vitro de extrato de Cannabis sativa utilizado por família brasileira como terapia no controle de convulsões em crianças com epilepsia refratária. 2021. 179f. Dissertação, (Mestrado Acadêmico em Vigilância Sanitária)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021.
Autor
Conde, Taline Ramos
Institución
Resumen
Derivados canabinóides extraídos da Cannabis sativa L., principalmente o canabidiol (CBD), têm demonstrado eficácia no tratamento de epilepsia grave e na diminuição das crises convulsivas em pacientes epilépticos refratários ao tratamento convencional. O uso medicinal de CBD e de 9 -tetrahidrocanabinol (THC) é regulamentado em diversos países sendo usados como princípios ativos de medicamentos. No Brasil, em 2016, através da RDC 66/2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou a importação para uso médico pessoal, de C. sativa L, de partes da planta e de extratos contendo CBD e THC. Visando a segurança do paciente e devido ao uso pretendido prolongado, o objetivo desse estudo foi avaliar a citotoxicidade e a genotoxicidade in vitro de extrato de C. sativa em triglicerídeo de cadeia média (TCM). O extrato, com 25 mg/mL de CBD e 1 mg/mL de THC, foi preparado e padronizado pelo Laboratório de Análises Toxicológicas da UFRJ e utilizado por criança de uma família brasileira no controle de convulsões com epilepsia refratária. O ensaio Cometa (EC) e o ensaio de micronúcleo pelo bloqueio da citocinese (EMnBC) em células de sangue total humano (CSTH) in vitro, foram realizados na ausência e na presença de mistura S9 de fígado de rato induzido pelo Aroclor 1254. No EC, o tratamento das CSTH com o veículo TCM (1,3 a 20%) e com extrato de C. sativa (CBD 0,3; 1,0; 2,0 e 5,0 mg/mL) na ausência de S9 não induziu dano significativo ao DNA (p > 0,05) quando comparadas aos controles celular e veículo TCM correspondente, respectivamente. O extrato de C. sativa (CBD 0,3; 1,0; 2,0 e 5,0 mg/mL) na presença de S9 induziu dano significativo ao DNA (p < 0,05) em CSTH nas concentrações de CBD 1,0 e 2,0 mg/mL testadas quando comparadas ao controle solvente TCM correspondente com S9. No EMnBC, o tratamento com o extrato de C. sativa (CBD 0,3; 0,6; 1,3; 2,5 e 5,0 mg/mL) e TCM (2,5 a 20%), na presença e ausência de mistura S9, não induziu quebras cromossômicas e/ou ganho ou perda de cromossomos em linfócitos humanos. Logo, concluiu-se que o extrato de C. sativa em TCM, nas 5 concentrações de CBD testadas, foi considerado não mutagênico em CSTH não induzindo efeitos clastogênico e/ou aneugênico em linfócitos humanos, na presença e ausência da mistura S9