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Carga de trabalho de profissionais da saúde e eventos adversos durante ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva neonatal
Fecha
2011Registro en:
LAMY FILHO, Fernando. et al. Carga de trabalho de profissionais da saúde e eventos adversos durante ventilação mecânica em Unidades de Terapia Intensiva neonatal. J. pediatr. (Rio J.)., Rio de Janeiro, v. 87, n. 6, p. 487-492, 2011.
10.2223/JPED.2140
Autor
Lamy Filho, Fernando
Silva, Antônio A. M. da
Lopes, José M. A.
Lam, Zeni C.
Simões, Vanda M. F.
Santos, Alcione M. dos
Institución
Resumen
Objetivo: Investigar uma possível associação entre a carga de tra-balho de profissionais da saúde e eventos adversos intermediários, tais
como extubação acidental, obstrução do tubo endotraqueal e desconexão
acidental do circuito do ventilador, durante ventilação mecânica neonatal
em unidades neonatais de alto risco.
Método: Este estudo de coorte prospectiva analisou os dados refe-rentes a 543 recém-nascidos de unidades de terapia intensiva neonatal
(UTINs) de São Luís (MA) por 6 meses, durante os quais 136 recém-nascidos foram submetidos a ventilação mecânica em 1.108 turnos e
foram observados 4.554 vezes.
Resultados:Ocorreram eventos adversos 117 vezes durante esse
período. As associações entre carga de trabalho e eventos adversos foram
analisadas por meio de equações de estimação generalizada. As variáveis
de ajuste foram: peso de nascimento, gênero, maternidade estudada,
pontuação no índice de risco clínico para bebês (clinical risk index for
babies) e demanda de cuidados, determinada pela escala desenvolvida
pela Northern Neonatal Network. Quanto maior o número de recém-nas-cidos classificados de acordo com a demanda de cuidados (RCDCs) por
enfermeiro e técnico em enfermagem, maior a probabilidade da ocorrência
de eventos adversos intermediários relacionados à ventilação mecânica.
Um número de RCDCs > 22 por enfermeiro [risco relativo (RR) = 2,86]
e > 4,8 por enfermeiro auxiliar (RR = 3,41) esteve associado a uma
maior prevalência de eventos adversos intermediários.
Conclusões: A carga de trabalho dos profissionais de UTINs parece
interferir nos resultados intermediários do cuidado neonatal e, portanto,
deve ser levada em conta na avaliação dos desfechos na UTIN.