Perfil e sobrecarga em cuidadores familiares de idosos

Abstract

Os processos de transição demográfica e epidemiológica ocorrem em diversas capitais do país com um incremento acentuado da população idosa, que também se caracteriza pelo declínio na capacidade funcional e necessidade de cuidado contínuo. O cuidador familiar é o maior responsável por prover cuidados ao idoso dependente e integra este papel a outras tarefas diárias. Isso pode contribuir para o surgimento da sobrecarga que se relaciona a aspectos emocionais, físicos, econômicos e sociais. Nessa perspectiva, este trabalho visa analisar a sobrecarga nos cuidadores familiares de idosos em Recife, identificando as principais características sociodemográficas e epidemiológicas destes e dos idosos. Descreve ainda as características do cuidado e avalia a sobrecarga relacionando-a às características do cuidador, do idoso e do cuidado prestado. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e de corte transversal, que envolveu 138 cuidadores e foi realizado em 2014, por inquérito domiciliar. Ademais, utilizaram-se dois questionários e a escala de Zarit relativa à sobrecarga do cuidador. Verificou-se que os cuidadores são essencialmente do sexo feminino; filhos dos idosos; possuem idade média de 51,83 anos; ensino médio completo; baixa renda; e não têm atividade profissional remunerada. Outrossim, relataram boa percepção de saúde, mas a hipertensão arterial surgiu como o principal problema, para o qual utilizam medicamento prescrito; buscam os serviços de saúde; e fazem automedicação para dores nas costas e cefaleia. Os idosos são, em maioria, do sexo feminino; viúvos; possuem 80 anos ou mais; ensino fundamental incompleto; e baixa renda. O cuidado prestado foi de 7,7 anos em média, com carga-horária diária elevada e sem dificuldade financeira. Notou-se sobrecarga leve a moderada na maioria dos cuidadores e esta se associou às características do cuidador.