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Consumo alimentar domiciliar nas terras indígenas Xavante de Pimentel Barbosa e Wedezé, Mato Grosso, Brasil
Fecha
2018Registro en:
VIEIRA, Giovane Oliveira et al. Consumo alimentar domiciliar nas terras indígenas Xavante de Pimentel Barbosa e Wedezé, Mato Grosso, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ABRASCO, 2019. 2 p.
978-85-85740-10-8
Autor
Vieira, Giovane Oliveira
Welch, James Robert
Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares
Ferreira, Aline
Institución
Resumen
As experiências de interação com a população não indígena impactam no perfil nutricional dos povos indígenas no Brasil. Apesar de haver poucos dados sobre alimentação e dieta entre os indígenas no âmbito nacional, pesquisas locais têm demostrado que o sedentarismo, a redução de território e a introdução de alimentos industrializados pode provocar alterações na morbimortalidade desta população. Caracterizar o perfil de consumo alimentar domiciliar nas aldeias Xavante nas terras indígenas Pimentel Barbosa e Wedezé (Mato Grosso). O inquérito, realizado em julho e agosto de 2011, contava com a participação de oito aldeias e 111 domicílios. Os dados analisados neste estudo tratam da economia alimentar domiciliar através da diversidade e frequência de alimentos consumidos ao longo do ano. Os dados foram avaliados a partir de um questionário de frequência alimentar adaptado para a população. Foram calculadas prevalências de consumos e origem de alimentos, a partir do consumo diário. Os moradores de 82,0% dos domicílios cultivaram roça no ano anterior. Dos alimentos de cultivo, o arroz e a mandioca foram consumidos frequentemente em 57,6% e 52,2% dos domicílios, respectivamente. Dentre os alimentos derivados de animais de criação, destacou-se o frango (16,2%). Dos alimentos coletados, caçados e pescados, o peixe foi o mais prevalente (43,2%). Entre os alimentos industrializados, destacaram-se sal (92,8%), açúcar (88,3%), café (86,5%), óleo de cozinha (85,6%), arroz (64,9%) e feijão (51,3%). Quanto aos alimentos que apresentaram menor prevalência, destacaram-se as caças de pequeno porte e tartarugas (6,3%), aves (2,7%), mel (1,8%) e carne bovina/linguiça (1,8%). A partir dos dados analisados, observou-se que poucos domicílios consumiram proteína de origem animal frequentemente, enquanto a maioria consumiu frequentemente alimentos industrializados, com alta densidade calórica e com baixo teor nutricional, como o açúcar e óleo, que estão fortemente associados a desnutrição em crianças e obesidade e doenças crônicas em adultos.