Dissertation
O ativismo de mulheres negras do município do Rio de Janeiro na construção de políticas públicas de saúde: a pauta da violência obstétrica
Fecha
2020Registro en:
GADELHA, Ana Giselle dos Santos. O ativismo de mulheres negras do município do Rio de Janeiro na construção de políticas públicas de saúde: a pauta da violência obstétrica. 2020. 174 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Gadelha, Ana Giselle dos Santos
Institución
Resumen
Considerando o cenário de intenso ativismo de mulheres negras no Rio de Janeiro e o fato de que as expressivas desigualdades raciais vividas pelas mulheres negras se traduzem no processo de saúde e adoecimento, o objetivo geral deste estudo foi analisar as trajetórias de vida e o ativismo de integrantes do Movimento de Mulheres Negras do município do Rio de Janeiro no enfrentamento à violência obstétrica em mulheres negras. Tratou-se de uma pesqui-sa qualitativa na perspectiva socioantropológica, ancorada sob as lentes da interseccionalidade. Foram feitas sete entrevistas individuais, a partir do método da Entrevista Narrativa, com mu-lheres negras ativistas de movimentos sociais e que pautam a causa da violência obstétrica con-tra mulheres negras. Tendo como eixo norteador os objetivos desta pesquisa, após o tratamen-to e análise de dados (Análise de conteúdo), foram eleitas nove categorias: “Trajetórias pesso-ais e profissionais”, “Conceito de Violência Obstétrica”, “Violência Obstétrica em Mulheres Negras”, “Estratégias”, “Enfrentamentos”, “Relação com outros movimentos”, “Relato de Violência Obstétrica”, “Morte Materna” e “Saúde da População Negra”. Foi possível chegar a núcleos de sentido do material coletado, gerando as seções de capítulo da discussão: Trajetórias e Estratégias de Militância – práticas situadas; Sentidos da Violência Obstétrica; Enfrentamentos – da afetação às ações no cotidiano; Silenciamento e morte como elementos disruptivos. Aponta-se para a necessidade dos estudos em saúde coletiva não perperturarem a invisibiliza-ção das vivências de mulheres negras que sofrem de violência obstétrica, fazendo-se necessário considerar as discussões e os saberes construídos no interior das trajetórias das ativistas entrevistadas, que de maneira articulada, nos movimentos sociais que fazem parte, contribuem para o enfrentamento à violência obstétrica em mulheres negras.