TCC
Padronização de um lote de vírus rábico fixo de desafio (CVS) para o ensaio de potência de vacinas contra raiva de uso humano e verificação do método de titulação viral
Fecha
2017Registro en:
ACHADO, N. S. Padronização de um lote de vírus rábico fixo de desafio (CVS) para o ensaio de potência de vacinas contra raiva de uso humano e verificação do método de titulação viral. 2017. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Multiprofissional em Saúde na Área de Vigilância Sanitária com Ênfase na Qualidade de Produtos, Ambientes e Serviços) - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.
Autor
Machado, Nathalia de Souza
Institución
Resumen
A Raiva é uma antropozoonose viral infecciosa, altamente letal, transmitida por mamíferos e caracterizada como uma encefalite progressiva. É transmitida ao homem principalmente pela mordedura de cães infectados, com inoculação do vírus rábico presente na saliva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a infecção cause dezenas de milhares de mortes a cada ano nos países em desenvolvimento. No Brasil, o ciclo urbano vem sendo controlado, mas a Raiva ainda é endêmica. A prevenção consiste na aplicação da vacina, em pessoas expostas ao contato com o vírus, além da vacinação de cães e gatos, principais transmissores da doença. As vacinas modernas de cultivo celular são altamente eficazes na prevenção da doença, mas, como produtos biológicos necessitam de rigoroso controle da qualidade antes do uso. O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) é o Laboratório Nacional de Controle responsável pela liberação de lotes de imunobiológicos, realizado lote a lote, baseado em normas oficiais, pela análise documental e de ensaios laboratoriais. O controle visa garantir que cada lote apresente a mesma consistência de lotes que demonstraram eficácia. A potência das vacinas contra raiva é avaliada pelo teste NIH, um teste de desafio em camundongos. Os animais são imunizados com diferentes diluições da vacina e posteriormente submetidos a um desafio com vírus padrão. Após o desafio, a potência relativa pode ser calculada, sendo o requerimento mínimo 2,5 UI/dose. A produção e padronização dos lotes de vírus desafio são fundamentais na garantia da qualidade do ensaio NIH e devem atender a requisitos estabelecidos pela OMS como um valor de DL50 mínimo de 106,0, homogeneidade e estabilidade. O presente trabalho descreve a padronização e o controle de um lote de vírus trabalho (VT15) e a verificação do método de titulação do vírus. Os ensaios foram realizados seguindo orientações da OMS como descrito no Procedimento Operacional Padrão (POP) do INCQS. O título do lote foi padronizado como 107,12. Apesar das variações ocorridas nos valores dos títulos, os mesmos se mantiveram dentro do requerimento mínimo. Os valores dos títulos obtidos foram lançados em gráficos de controle para realização do controle sistemático do lote. Observou-se que apesar da ocorrência de variações e tendências não aleatórias, o vírus manteve-se dento dos intervalos de 99% de controle. Os ensaios compendiais são aceitos como validados não necessitando ser submetidos a processos de validação, no entanto é necessário realizar uma validação reduzida, denominada verificação, para demonstrar que o método apresenta as características necessárias ao seu uso. A verificação do ensaio de titulação do vírus rábico foi realizada para os parâmetros veracidade e precisão, visando a demonstração de sua confiabilidade. Não existem critérios de aceitação estabelecidos para validações de ensaios/produtos biológicos, já que apresentam alta variabilidade, entretanto, adotamos empiricamente, a variabilidade máxima de 20% recomendada para ensaios imunoenzimáticos para veracidade e precisão. Os resultados demonstraram ser precisos e com veracidade conforme e apesar das flutuações do título do vírus, eles se mantiveram nos limites esperados.