Thesis
Prematuros de muito baixo peso ao nascer: um estudo sobre seu desenvolvimento cognitivo na idade escolar e fatores associados
Fecha
2011Registro en:
RODRIGUES, Maura Calixto Cecherelli de. Prematuros de muito baixo peso ao nascer: um estudo sobre seu desenvolvimento cognitivo na idade escolar e fatores associados. 2011. 160 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.
Autor
Rodrigues, Maura Calixto Cecherelli de
Institución
Resumen
As crianças nascidas prematuras de muito baixo peso apresentam maior incidência de
alterações cognitivas na idade escolar quando comparadas aos nascidos a termo, as
quais se estendem à adolescência e ao adulto jovem, podendo comprometer sua
realização acadêmica, qualidade de vida e inclusão social e onerando o estado e a
sociedade. Fatores sócio-econômicos também são reconhecidamente capazes de afetar
adversamente o desenvolvimento intelectual infantil em nascidos em quaisquer idades
gestacionais.
O presente estudo objetiva investigar em uma população de crianças nascidas pré-termo
e com peso inferior a 1500g e desfavorecidas sócio-economicamente, quais aspectos
biológicos e sócio-econômicos se associam à alteração cognitiva. Pretende-se, assim,
também verificar o desenvolvimento cognitivo à idade escolar desta coorte.
Partindo-se do pressuposto de que fatores bio lógicos e ambientais são capazes de
influenciar o desenvolvimento cognitivo ao longo da vida destas crianças, agindo
muitas vezes simultaneamente, se inter-relacionando e se relacionando direta ou
indiretamente ao desfecho (alteração cognitiva), uma coorte de 65 crianças foi
acompanhada longitudinalmente e avaliada cognitivamente na idade entre 6 e 8 anos
através da Escala de Inteligência Wechsler para Crianças-Terceira Edição.
Um modelo de análise hierarquizado foi escolhido para investigar a associação entre
fatores de risco biológicos e sócio -econômicos e o desfecho (alteração cognitiva). Estes
fatores foram agrupados em níveis de influência: distal, intermediário I e II e proximal,
de acordo com a plausibilidade biológica e resultados observados na literatura.
Foi proposto e construído um modelo teórico de fatores de risco para alteração cognitiva
nesta população de alto risco e, em seguida, este modelo foi aplicado a esta população.
Os resultados mostraram a escolaridade materna, o número de consultas realizadas pela
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mãe no pré-natal e o sexo masculino associados significativamente ao desfecho
(alteração cognitiva). O tempo de amamentação apresentou significância estatística
limítrofe e variáveis biológicas como a displasia broncopulmonar e a hemorragia
intracraniana perderam sua significância ao longo do modelo hierarquizado.
Sugere-se maior atenção a estes aspectos que se mostraram significativamente
associados à alteração cognitiva nesta coorte de prematuros de muito baixo peso ao
nascer em idade escolar desde a internação em unidade neonatal até o seguimento
ambulatorial destas crianças, tentando-se atuar multiprofissionalmente e com apoio
adequado de políticas públicas de saúde, tanto preventivamente quanto tratando o mais
precocemente possível.