TCC
Diversidade de potenciais vetores ectoparasitos e pesquisa de riquétsia em área de interesse epidemiológico para a Febre Maculosa no Estado de Rondônia-Brasil
Fecha
2018Registro en:
GOIS, Ana Beatriz Martins de. Diversidade de potenciais vetores ectoparasitos e pesquisa de riquétsia em área de interesse epidemiológico para a Febre Maculosa no Estado de Rondônia-Brasil. 2018. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Entomologia Médica)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Gois, Ana Beatriz Martins de
Institución
Resumen
O estado de Rondônia (RO) era considerado área silenciosa para febre maculosa (FM), porém um caso da doença foi confirmado em 2015. O conhecimento sobre a história natural, vetores e bioagentes da FM em RO ainda são incipientes. O objetivo foi realizar um levantamento da diversidade de ectoparasitos do estado e pesquisar a presença de riquétsia nesses potenciais vetores coletados durante a investigação ou vigilância de casos de FM em RO. Inicialmente, os ectoparasitos foram identificados utilizando chaves dicotômicas especificas. Parte das amostras foi submetida à extração de DNA, amplificação e sequenciamento: para a identificação molecular dos carrapatos foram utilizados fragmentos dos genes12S rDNA, 16S rDNA e ITS2; e para pesquisa de riquétsia fragmentos dos genes gltA, htrA, ompA e ompB. As sequências obtidas foram identificadas por análise comparativa com sequências do \201CGenBank\201D e submetidas à reconstrução filogenética através de análise de máxima verossimilhança. Foram identificados 2550 ectoparasitos, sendo 2511 carrapatos, 36 pulgas e três ácaros A espécie mais encontrada foi Rhipicephalus sanguineus sensu lato (s.l.) (LATREILLE, 1806) (1034 espécimes), seguida por Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI, 1887) (675 espécimes), Dermacentor nitens NEUMANN, 1897 (655 espécimes), Amblyomma sp. (108 espécimes), Amblyomma pacae ARAGÃO, 1911 (10 espécimes), Amblyomma oblongoguttatum KOCH, 1844 (sete espécimes), Amblyomma naponense (PACKARD, 1869) (seis espécimes), Amblyomma scalpturatum NEUMANN, 1906 (cinco espécimes), Amblyomma latepunctatum TONELLI-RONDELLI, 1939 (quatro espécimes), Amblyomma calcaratum NEUMANN, 1899 (dois espécimes), Amblyomma dissimile KOCH, 1844, Amblyomma dubitatum NEUMANN, 1899, Amblyomma coelebs NEUMANN, 1906, Amblyomma longirostre (KOCH, 1844) e Amblyomma ovale KOCH, 1844 (todos com um espécime cada); as pulgas Ctenocephalides felis (BOUCHÉ, 1835) (33 espécimes), Xenopsylla cheopis (ROTHSCHILD, 1903) (dois espécimes), e Polygenis sp. JORDAN, 1939 (um espécime); e o ácaro Tur turki FONSECA, 1959 (três espécimes). Das 707 amostras de carrapatos e 13 de pulgas submetidas à pesquisa de riquétsia, foi detectada a presença de Candidatus Rickettsia andeanae em três amostras de ninfas de R. sanguineus s.l., e Rickettsia asemboensis em nove exemplares de C. felis de áreas com casos suspeitos e confirmados de FM em RO. É o primeiro registro dessas riquétsias para região norte do país. A circulação de riquétsias do grupo transicional e do grupo FM em RO, em ectoparasitos que são encontrados em animais domésticos, em áreas com casos suspeitos e confirmados da doença, evidencia a necessidade de mais estudos para o entendimento da epidemiologia da doença no estado, bem como verificar a existência de cenários epidemiológicos da FM específicos para a região.