Dissertation
Perfil materno-infantil de nascimentos por parto duplo em uma amostra de puérperas no município do Rio de Janeiro, 1999-2001
Fecha
2002Registro en:
MAXIMIIANO, Nilse. Perfil materno-infantil de nascimentos por parto duplo em uma amostra de puérperas no município do Rio de Janeiro, 1999-2001. 2002. 50 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2002.
Autor
Maximiano, Nilcilene
Institución
Resumen
Este estudo teve a finalidade de investigar o parto duplo em uma amostra de puérperas que
estiveram hospitalizadas em maternidades do Município do Rio de Janeiro (MRJ), de junho
de 1999 a março de 2001. Uma amostra de mães de parto único e seus bebês foi
selecionada como grupo de comparação. Aplicou-se análise descritiva através de
comparações de proporções (teste χ2
) e médias (teste t) e análise univariada e multivariada
por meio de regressão logística, com o objetivo de determinar, dentre as características
maternas e dos bebês incluídos no estudo, aquelas mais fortemente associadas com a
gemelaridade em cada grupo de comparação. Foram estimadas as associações entre as
variáveis pela razão de produtos cruzados – Odds Ratio (OR) e respectivos intervalos de
confiança. Os resultados mostraram um índice de gemelaridade de 1,08% e que 58,2% dos
gêmeos apresentaram baixo peso ao nascer. Na análise descritiva dos bebês segundo a
ordem de nascimento encontrou-se diferenças significantes (p < 0,05) em relação ao tipo de
apresentação e índices de Apgar no primeiro e quinto minutos. Analisando-se os gêmeos
segundo o sexo do par constatou-se que uma maior proporção de bebês de sexo diferente
(menino-menina) nasceu de parto cirúrgico (p = 0,005) e o grupo de meninas necessitou
mais freqüentemente de internação em berçário ou UI/UTI (p = 0,008). A análise
multivariada por regressão logística evidenciou que a variável mais importante na
comparação entre gêmeos e únicos foi o peso ao nascer (OR = 12,78; IC = 6,31-25,90),
após controlar sua contribuição pela idade gestacional e outras variáveis. A comparação
das características das puérperas por meio de regressão logística múltipla mostrou que as
mães de parto gemelar residem mais freqüentemente fora do MRJ (OR = 3,65; IC = 2,06-
6,45) quando comparadas com as de parto único. O fato da puérpera poder ficar com
acompanhante apresentou-se significativamente correlacionado a gemelaridade, assim
como o número inadequado de consultas pré-natais e trabalho remunerado. Os achados
deste estudo sugerem que as gestantes de parto duplo que utilizam as maternidades do MRJ
não estão sendo ainda identificadas como de risco pela rede assistencial de saúde, com
vistas a lhes proporcionar um prognóstico e encaminhamento adequados para que o
desfecho da gestação seja favorável tanto para elas quanto para seus bebês.