Dissertation
Comunicação de malformação congênita entre médico e gestante
Fecha
2018Registro en:
PÁDUA, Fabiana Almeida. Comunicação de malformação congênita entre médico e gestante. 2018. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Pádua, Fabiana Almeida
Institución
Resumen
Esta pesquisa pretende investigar a comunicação entre a gestante e o médico obstetra durante a assistência pré-natal, segundo a perspectiva da gestante e a perspectiva do médico residente, sobre o feto portador de malformação congênita. Sabe-se, a partir de estudos, que a comunicação de más notícias é uma questão sensível tanto para os médicos, quanto para o paciente e seus familiares. Essa situação pode se tornar ainda mais delicada se a má notícia tiver que ser dada num momento tão especial como a gravidez. Afinal, a descoberta de uma malformação congênita fetal não é algo esperado pelos pais. Durante o cuidado pré-natal, a comunicação envolvendo a malformação congênita do bebê será retomada ao longo de todas as consultas, tornando esse processo ainda mais penoso para todos os envolvidos na situação. Por conta dessa comunicação tão especial que se desenvolve durante este período surgem os seguintes questionamentos: Como é para os atores envolvidos nessa situação ter que comunicar e receber essa notícia? Quais as dificuldades encontradas no processo de comunicação? Que consequências podem advir da forma como é realizada esta comunicação? Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de comunicação durante o pré-natal sobre a malformação congênita fetal, entre o médico residente e a gestante, segundo a percepção de ambos. Esta pesquisa foi realizada numa maternidade de referência em gestações de alto risco fetal, utilizando como metodologia uma abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada de Junho à Setembro de 2017, mediante o uso de técnicas combinadas. Foram acompanhadas quatro mulheres gestantes tanto no ambulatório da medicina fetal, quanto no ambulatório do pré-natal. Além da observação participante também foram realizadas entrevistas narrativas com as gestantes e entrevistas semi-estruturadas com as médicas do pré-natal do último ano de residência. O tratamento dos dados obtidos foi realizado através da técnica de análise de conteúdo. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, sob o número 67591517.0.0000.5269. Após a análise dos resultados, concluiu-se que o processo de comunicação da malformação congênita fetal é carregado de sofrimento para todos os sujeitos envolvidos, devido aos diversos aspectos intrínsecos ao problema diagnosticado. Esses aspectos somados a formação médica deficitária na comunicação de más notícias faz com que essa vivência se torne ainda mais complexa para todos os sujeitos que se veem frente a essas situações.