Dissertation
Riscos ocupacional e ambiental do amálgama dentário: uma revisão sistemática
Fecha
2020Registro en:
NEVES, Jéssica Nunes. Riscos ocupacional e ambiental do amálgama dentário: uma revisão sistemática. 2020. 80 f. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas em Saúde)—Escola Fiocruz de Governo, Fundação Oswaldo Cruz, Brasília, 2020.
Autor
Neves, Jéssica Nunes
Institución
Resumen
O Amálgama dentário é um material utilizado na clínica odontológica para restauração de elementos dentários, reconhecido por sua efetividade e durabilidade. Por ser parcialmente composto de mercúrio, a redução gradual de sua utilização foi recomendada pela Convenção de Minamata. O objetivo deste estudo foi responder a seguinte pergunta \201CO uso de restaurações de amálgama para tratamento odontológico restaurador é seguro do ponto de vista ocupacional e ambiental?\201D. Trata-se de uma revisão sistemática cujo protocolo foi registrado no PROSPERO (CRD42019129797). As buscas estruturadas foram conduzidas nas seguintes bases de dados: PubMed, Embase, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), The Cochrane Library, Health Evidence, Center for Reviews and Dissemination (CRD), Banco de Teses e Dissertações da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Clinical Trials e Rede de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC). Todos os estudos apresentaram alto risco de viés, avaliados pela ferramenta Risk of Bias in Non-randomized Studies of Interventions (ROBINS-I) e a qualidade da evidência de todos os desfechos foi classificada como muito baixa, a partir da avaliação pelo sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE). Dentre os danos investigados nos profissionais de odontologia com exposição ao mercúrio, houve resultado significativo apenas para doenças neurológicas, histerectomia e lesão por esforço repetitivo, além de alterações de humor. Quanto ao risco ambiental, houve maior concentração de mercúrio nas áreas de solo com descarte de resíduos hospitalares. Para águas residuais e fluviais, houve diferentes níveis de contaminação por mercúrio, em decorrência da diversidade dos locais e grupos de estudo. A contaminação do ar por vapor de mercúrio demonstrou ser influenciada pela baixa adesão as práticas de biossegurança e manejo inadequado dos resíduos de amálgama, além da estrutura de cada unidade. Não foram encontradas evidências sobre os danos à saúde em profissionais não odontológicos responsáveis pelo gerenciamento de resíduos e quanto à efetividade de medidas de prevenção e controle dos riscos ocupacionais e ambientais. A evidência científica atual sobre a segurança do amálgama dentário ainda é crítica, sendo necessários estudos primários bem delineados, prospectivos e com maior período de seguimento, para avaliação do real agravo ambiental e ocupacional oriundo do uso do amálgama dentário.