Dissertation
Pessoas Transexuais e Travestis em uma unidade de referência da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro: estratégia em saúde para facilitação do acesso no atendimento
Fecha
2022Registro en:
MOQUEDACE, Patricia dos Santos. Pessoas Transexuais e Travestis em uma unidade de referência da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro: estratégia em saúde para facilitação do acesso no atendimento. 2022. 133 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Moquedace, Patricia dos Santos
Institución
Resumen
A Portaria nº 2803/2013, que redefine e amplia o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS), traz, como diretriz, a assistência integral à saúde das pessoas transexuais e travestis. No entanto, o que se percebe é que poucas pessoas conseguem ter o acesso à saúde, direito humano fundamental assegurado e garantido por lei, fundamentado no princípio da igualdade. Diante disso, objetivo geral deste estudo foi conhecer as narrativas de vida das pessoas transexuais e travestis assistidas no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), com ênfase no acesso à saúde para acompanhamento hormonal na unidade de referência estadual. Como método, foi utilizada a pesquisa qualitativa e descritiva, que consistiu em duas etapas: as entrevistas, de uma forma particular, que se deram através das narrativas de vida de Daniel Bertaux e a caracterização do perfil sociodemográfico das pessoas transexuais e travestis atendidas pelo Serviço Social no Ambulatório Multidisciplinar de Identidade de Gênero (AMIG). Foram entrevistadas 16 pessoas, dentre elas: 6 mulheres transexuais, 2 travestis e 8 homens transexuais, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a caracterização do perfil foram coletados os dados dos prontuários de 458 pessoas. Nos resultados e discussão, identificou-se a dificuldade no acesso associados à falta de qualificação dos profissionais de saúde para o acolhimento e regulação, a falta de um protocolo padronizado para regulação, a rotatividade dos profissionais da atenção primária de saúde, e a centralização do atendimento realizado pela unidade de referência. Em conclusão, percebeu-se a necessidade da elaboração de protocolo de prioridades visando à equidade na regulação, a educação permanente dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, objetivando a mudança de paradigma baseado no binarismo e a descentralização do acompanhamento hormonal dentro do Processo Transexualizador.