Dissertation
Avaliação das células B de memória na malária por Plasmodium vivax: contribuição no entendimento da imunidade humoral de longa duração
Fecha
2017Registro en:
LIMA, Barbara Andreza Soares. Avaliação das células B de memória na malária por Plasmodium vivax: contribuição no entendimento da imunidade humoral de longa duração. 2017. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-Instituto René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Programa de Pós - Graduação em Ciências da Saúde, Belo Horizonte, 2017.
Autor
Lima, Barbara Andreza Soares
Institución
Resumen
A invasão dos eritrócitos pelo parasito da malária garante o estabelecimento da infecção e é responsável pelos sintomas clínicos
da doença. Dessa forma, existe um grande interesse no desenvolvimento de vacinas que possam induzir a produção de anticorpos com capacidade de bloquear a invasão dos eritrócitos e consequentemente interromper o ciclo biológico do parasito. No caso do Plasmodium vivax, a invasão do eritrócito é altamente dependente de uma proteína do complexo apical do parasito -- Duffy binding protein
II (DBPII) -- que reconhece o antígeno de grupo sanguíneo Duffy -- DARC (Duffy Antigen Receptor for Chemokines) -- na superfície dos reticulócitos humanos. Embora a importância dos anticorpos na imunidade contra a malária esteja bem estabelecida, os fatores que
estão diretamente envolvidos no mecanismo de desenvolvimento de células B de memória (MBCs) de longa duração são pouco conhecidos, o que faz-se necessário o conhecimento, especialmente para o desenvolvimento de uma vacina contra essa doença. No presente trabalho avaliamos a resposta imune adquirida contra o P. vivax em uma população exposta uma única vez a esse parasito em um surto
ocorrido na região metropolitana de Minas Gerais, após 12 anos
da infecção. A persistência de anticorpos contra as proteínas de fase sanguínea de P. vivax (MSP1 - 19 e DBPII), além dos protótipos vacinais baseados em DBPII (DEKnull e DEKnull2) foram avaliados por sorologia convencional (ELISA). Foram avaliadas também, células B de memória (MBCs) específicas diferenciadas em células secretoras de anticorpos (ASCs) IgG+ e IgM+ foram avaliadas pelo ensaio de ELISpot. Além disso, no presente trabalho foram avaliadas as MBCs circulantes e anticorpos anti-P. vivax (MSP1-19, variantes e protótipos vacinais de DBPII) em residentes de área endêmica, com infecção aguda
e não-aguda. Os resultados mostram que, embora os anticorpos produzidos após uma única e curta exposição ao P. vivax são de curta duração, uma vez que, anticorpos específicos não foram observados para nenhuma das proteínas avaliadas nesse trabalho após 12 anos da
ocorrência do surto, as MBCs específicas aos antígenos de P. vivax
ainda são detectadas. De forma interessante, o protótipo DEKnull2 apresentou alta imunogenicidade com 52% de produção de ASCs IgG+ em indivíduos expostos ao surto. Além disso, observamos que a resposta de MBCs IgM+ específica para DBPII e DEKnull2 foi mais robusta que a encontrada para MBCs IgG+ Com relação aos indivíduos de área endêmica podemos observar que o acúmulo de exposição ao P. vivax leva a expansão de MBCs atípicas. Este trabalho permitiu observar que uma única exposição ao P. vivax é capaz de induzir a produção de MBCs de longa duração contra a DBPII e seus protótipos, e que apenas a exposição contínua a esse parasito é capaz de levar ao aumento das MBCs atípicas.