Periodical
RADIS - Número 96 - Agosto
Fecha
2010Registro en:
RADIS: Comunicação e Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP, n. 96, ago. 2010. 24 p. Mensal.
Autor
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
Institución
Resumen
Conhecer múltiplos olhares sobre cada assunto permite escolhas e decisões mais conscientes.Além de extensa análise do ponto de vista da saúde coletiva sobre dados de pesquisa do IBGE com as famílias brasileiras, esta edição aborda temas diversos em diferentes perspectivas. Dos prejuízos da judicialização excessiva no campo da saúde aos prognósticos otimistas na ciência e inovação no país. Das vantagens na adoção de planejamento e metas para a educação básica aos riscos do assédio da indústria farmacêutica sobre a corporação médica. Para evitar descriminação, a Organização Internacional do Trabalho aprovou norma internacional que protege direitos de portadores de HIV/aids no ambiente do trabalho.Outra boa notícia é que, para combater a indução ao consumo de alimentos com taxas elevadas de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio, além de bebidas com baixo teor nutricional, a Anvisa estabeleceu novas regras que regulam a publicidade. Pensando nos lucros a qualquer preço, as associações de indústrias alimentícias e de empresas de radio e televisão reclamaram. Ao contrário, Radis apoia a resolução que foi construída a partir de consulta pública realizada ainda em 2006 e inclui restrições à propaganda de alimentos voltada ao público infantil. Uma regulação leve diante da gravidade dos danos causados à saúde da população pela transição nutricional em curso.Nossa capa coloca uma lente de aumento no desempenho das políticas de saúde, a partir da interpretação de dados coletados anualmente pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O estudo assinado pelo pesquisador Francisco Viacava, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica ICICT/Fiocruz, mantém a tradição iniciada em nossa antiga revista Dados (incorporada juntamente com outras três publicações eventuais pela Radis mensal, em 2002).A análise nos leva à constatação de que o estado geral da saúde da população evolui lentamente, mas o acesso e uso dos serviços de saúde aumentou sensivelmente nos últimos 10 anos, com destaque para as unidades de atenção primária e a Estratégia Saúde da Família (ESF). Uma melhora no quadro sanitário depende, portanto, de reduzir a persistente desigualdade regional e social no acesso (marcante em relação à saúde bucal, por exemplo, e procedimentos como a mamografia) e aumentar a eficiência dos serviços (incluindo uma melhor atenção farmacêutica).Cuidadosa interpretação da pesquisa, que tabula respostas também em relação a faixas de renda e idade, permite acompanhamento e planejamento das políticas e ações de saúde, sem eximir a importância de outras políticas públicas que impactem de forma intersetorial os determinantes ambientais e sociais da saúde.Por fim, diante da barbárie na trajetória humana, viva a utopia de Sílvio Tendler, Gastão Wagner, Sérgio Arouca, David Capistrano Filho e tantos outros.