Thesis
Avaliação do componente ambulatorial especializado da linha de cuidado para obesidade grave na cidade do Rio de Janeiro
Fecha
2018Registro en:
REIS, Erika Cardoso dos. Avaliação do componente ambulatorial especializado da linha de cuidado para obesidade grave na cidade do Rio de Janeiro. 2018. 131 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Reis, Erika Cardoso dos
Institución
Resumen
Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública mundial e fator de risco para
diversas outras doenças crônicas não transmissíveis. Sua prevalência vem crescendo
rapidamente no Brasil e no mundo. Embora existam diretrizes e parâmetros baseados em
evidências para tratamento da obesidade, na prática esse cuidado ainda é muito heterogêneo.
Pouco se sabe sobre a implementação da linha de cuidados para atendimento à obesidade
grave no SUS. Objetivo: Avaliar o componente ambulatorial especializado da linha de
cuidado para obesidade grave na cidade do Rio de Janeiro. Métodos: Revisão da literatura e
avaliação das diretrizes clínicas para o cuidado da obesidade em adultos segundo os domínios
do instrumento Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation - AGREE II. Em seguida,
foram comparadas força de evidencia e recomendação para as intervenções recomendadas
para as cinco dimensões de tratamento preconizadas: dietético, psicológico, atividade física,
farmacológico e cirúrgico. Por fim, foram analisados o perfil dos pacientes e as características
do atendimento ofertado aos pacientes obesos graves atendidos no período de 2011 a 2016
dos Centros de Referência em Obesidade (CRO), a partir de dados de prontuário dos pacientes
e das recomendações terapêuticas aplicáveis ao tratamento ambulatorial especializado da
obesidade. Resultados: A qualidade das diretrizes de 21 países avaliadas pelo AGREE
(Appraisal of Guidelines for Research and Evaluation) II é heterogênea e apresenta
divergências quanto a força das evidências e recomendação para as diversas opções de
tratamento. Entretanto, há consenso sobre a pertinência geral das intervenções sobre estilo de
vida e sobre a indicação de medicamentos e cirurgia para IMC> 40 kg/m2
. Entre os pacientes
do CRO estudados, dois terços preenchiam critérios de superobesidade (IMC > 50 kg/m2
) e a
maioria eram mulheres (73,6%). 14,8% perderam ≥ 5% do peso inicial após 12 meses de
tratamento. Predominaram intervenções visando mudanças de hábitos (dieta, atividade física),
com pouca utilização de medicamentos (14%) e baixo encaminhamento à cirurgia bariátrica
(8%). Isso sugere deficiências na regulação assistencial e articulação entre níveis de atenção
na linha de cuidado para obesidade do SUS na cidade do Rio de Janeiro. Conclusão: A linha
de cuidado para obesidade na cidade do Rio de Janeiro necessita reestruturar seus esforços
para oferecer tratamento clínico ambulatorial adequado a superobesos, inclusive garantir um
fluxo de atendimento em outros níveis de atenção à saúde, como a atenção hospitalar.