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Educação popular como método de análise: relações entre medicina popular e a situação-limite vivenciada por trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
Fecha
2012Registro en:
RICARDO, Letícia Mendes; STOTZ, Eduardo Navarro. Educação popular como método de análise: relações entre medicina popular e a “situação-limite” vivenciada por trabalhadores do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra. Revista de Atenção Primária a Saúde, v. 15, n. 4, p. 435-442, out./dez. 2012.
2359-4330
1809-8363
Autor
Ricardo, Letícia Mendes
Stotz, Eduardo Navarro
Institución
Resumen
A Educação Popular enquanto abordagem metodológica foi utilizada em pesquisa realizada em áreas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no estado do Rio de Janeiro com a finalidade de compreender as concepções acerca do processo saúde-doença-cuidado implicadas no conhecimento sobre plantas medicinais. Utilizou-se entrevistas semi-estruturadas e observação participante a fim de identificar as palavras-geradoras com significado profundo para a compreensão da Medicina Popular praticada pelos Agentes de Cura. Com isso, buscou-se analisar os elementos constituintes desse sistema médico não formal, bem como a percepção do mesmo no interior da situação-limite vivida pelos trabalhadores rurais assentados, e a tentativa de sua superação por eles próprios. Observou-se que a Medicina Popular possui função singular na percepção das relações entre condições de vida e o processo saúde-doença-cuidado. Ao articular questões mais amplas, superando a ênfase na doença em seu plano individual, contempla discussões e intervenções nas necessidades de saúde do grupo em questão. É fundamental para a Saúde Pública buscar compreender as reflexões dos diversos grupos sociais sobre o processo saúde-doença-cuidado e, mais especificamente, sobre os usos dos recursos terapêuticos disponíveis, uma vez que isso influencia consideravelmente as opções terapêuticas feitas. A mediação entre saberes é urgente e delicada. Ampliar os espaços de diálogo entre profissionais e usuários de serviços, além de articular os diferentes conhecimentos, torna-se essencial.