Dissertation
Determinismo biológico e imigração chinesa em Nicolau Moreira (1870-1890)
Fecha
2005Registro en:
LIMA, Silvio Cezar de Souza. Determinismo biológico e imigração chinesa em Nicolau Moreira (1870-1890). 2005. 123 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
Autor
Lima, Silvio Cezar de Souza
Institución
Resumen
No início da década de 1870, a imigração torna-se preocupação central das elites brasileiras. Com a visível falência do regime escravocrata, os agricultores são levados a pensar em novas formas de trabalho e como conseguir novos braços para a lavoura. Assim, a discussão sobre possíveis formas de imigração e sobre o tipo racial do imigrante torna-se um dos grandes desafios do Brasil das últimas décadas do século XIX. Em meio a este contexto, debates sobre a conveniência da contratação de trabalhadores chineses mobilizaram as elites. Destes debates, participou o Dr. Nicolau Joaquim Moreira, que considerava fundamental a participação dos médicos, tanto na escolha de um tipo de imigrante ideal, quanto na preocupação em manter os imigrantes saudáveis e produtivos. Em sua classificação do tipo ideal de imigrante, era influenciado pelas teorias raciais que circulavam pela Europa e Estados Unidos defendidas por naturalistas e médicos como Paul Broca, Josiah Nott e Louis Agassiz. Nicolau Moreira condenava a miscigenação entre as “raças”, pois considerava o mestiço de “raças diferentes” biologicamente inferior aos homens representantes das “raças puras”, idéias que ocupavam lugar fundamental em seu discurso sobre imigração. Em seus escritos e discursos, mostra-se absolutamente contra a vinda de imigrantes chineses para o trabalho agrícola, alegando que a miscigenação com os asiáticos concorreria ainda mais para a degeneração do brasileiro. Através dos debates sobre a imigração chinesa é possível perceber que, muito além de ser mão-de-obra para a lavoura cafeeira, o imigrante ideal teria a função de europeizar e civilizar o país. Assim, era construído, com o auxílio das teorias raciais, o perfil do imigrante desejável, que excluía principalmente asiáticos e africanos.