Dissertation
Avaliação da infecção in vitro de macrófagos peritoneais obtidos de camundongos com diferentes backgrounds genéticos pelo isolado sc2005 e cepa y do Trypanosoma cruzi
Fecha
2020Registro en:
FERNANDES, Juan Matheus Pereira. Avaliação da infecção in vitro de macrófagos peritoneais obtidos de camundongos com diferentes backgrounds genéticos pelo isolado sc2005 e cepa y do Trypanosoma cruzi. 2020. 83 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.
Autor
Fernandes, Juan Matheus Pereira
Institución
Resumen
Dentre as diversas células do sistema imunológico, os macrófagos são umas das principais, com atuação tanto na resposta imune inata como adaptativa. O protozoário parasito Trypanosoma cruzi pode infectar praticamente todos os tipos celulares, incluindo os macrófagos, que estão na linha de frente no combate à infecção . A infecção por T. cruzi pode produzir manifestações clínicas variadas, mas a resposta imunológica do hospedeiro assim como o perfil genético do parasito pode modular o desenvolvimento da doença. Buscando um melhor entendimento da biologia da Tripanossomíase Americana, modelos experimentais em camundongos são utilizados como ferramenta para o estudo da imunologia, suscetibilidade e resistência a T. cruzi. No presente trabalho, estudamos a infecção por duas cepas de T. cruzi em macrófagos peritoneais oriundos de três linhagens de camundongos com diferentes graus de suscetibilidade a este parasito. Desta forma, macrófagos peritoneais de camundongos A, BALB/c e C57BL/10 foram infectados por formas tripomastigotas de T. cruzi do isolado SC2005 ou da cepa Y para a avaliação da multiplicação de amastigotas intracelulares, liberação de formas tripomastigotas, produção de óxido nítrico (NO) e citocinas. Os macrófagos infectados apresentaram diferenças no perfil de infecção a depender do estoque de T. cruzi. Diferenças na liberação de tripomastigotas também foram observadas entre os modelos celulares, com elevada liberação de parasitos em culturas de macrófagos originados de camundongos BALB/c e A quando infectados com o isolado SC2005 e cepa Y de T. cruzi, respectivamente. Em ambas as cepas a linhagem C57BL/10 foi a mais resistente. Quando as células foram estimuladas com LPS, a carga parasitária dos macrófagos obtidos das três linhagens de camundongos foi reduzida. Em contraste, o estímulo dos macrófagos com IL-4 acarretou aumento na carga parasitária em quase todas as linhagens, permanecendo o padrão de suscetibilidade à infecção. A produção de NO pelos macrófagos infectados só foi detectada sob estimulação de LPS, apresentando elevada produção de NO em macrófagos de origem de camundongos A. A dosagem de citocinas no sobrenadante das culturas dos macrófagos, estimulados ou não com LPS ou IL-4, mostrou que os macrófagos de camundongos A infectados pelo isolado SC2005 de T. cruzi apresentaram altos níveis de IL-6, MCP1 e TNF-\03B1 comparados aos demais modelos celulares. Na infecção com T. cruzi cepa Y a produção de citocinas apresentou maior variação do que a observada com SC2005 entre as diferentes linhagens de camundongos. Podemos, portanto, concluir que a resistência/susceptibilidade a T. cruzi é influenciada pela genética do parasito quanto do hospedeiro e que estes perfis podem ser estudados na infecção de macrófagos peritoneais murinos.