Thesis
Análise de ancestralidade genômica e de polimorfismos associados à pigmentação da pele em amerídios e em descendentes de africanos, de europeus e de japoneses
Fecha
2012Registro en:
BOMFIM, T. F. Análise de ancestralidade genômica e de polimorfismos associados à pigmentação da pele em amerídios e em descendentes de africanos, de europeus e de japoneses. 2012. 86 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2012.
Autor
Bomfim, Thais Ferreira
Institución
Resumen
A população brasileira apresenta extensa variabilidade genética, resultado da
miscigenação entre ameríndios, europeus e africanos. Contudo, a proporção de
africanos, ameríndios e europeus difere significativamente a depender da região
geográfica. Atualmente são utilizados marcadores moleculares conhecidos como
Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIM) para avaliar mistura genética nas
populações. A cor da pele é um dos fenótipos que mais variam entre e em
populações humanas de diferentes etnias e regiões geográficas, devido à grande
heterogeneidade gênica e ação da seleção natural. Muitos genes já foram descritos
como associados à pigmentação, e alguns deles apresentam frequências alélicas
distintas entre diferentes grupos étnicos, porém os mecanismos que respondem pela
variação da pigmentação normal da pele ainda não estão completamente
estabelecidos. O objetivo deste estudo foi estimar a ancestralidade genética,
analisar polimorfismos em genes que modulam a variação normal da pigmentação
da pele e verificar associação entre ancestralidade e pigmentação, utilizando nove
AIM (AT3-I/D, APO, SB19.3, PV92, FYnull, LPL, CKMM, GC-F, GC-S e CYP3A4),
seis polimorfismos em genes envolvidos na pigmentação da pele (SCL45A2,
SCL24A5, MC1R, OCA2, TYR, ASIP) em duas tribos indígenas do Norte do Brasil –
Tiriyó e Waiampi; em indivíduos caracterizados fenotipicamente como negros de
Salvador, numa amostra de miscigenados da Bahia e em descendentes de
japoneses e de europeus de Ribeirão Preto-SP. As frequências alélicas de todos os
marcadores encontradas nos afro e eurodescendentes foram similares às
encontradas nos ancestrais africanos e europeus e a estimativa de mistura mostrou
respectivamente maior contribuição africana - 71% e 66%; e europeia - 86% e 99%
com AIM e com os marcadores de pigmentação respectivamente. Os japoneses
mostraram frequências alélicas diferentes quando comparadas com os Nativos
Americanos, e a contribuição Ameríndia/Asiática observada foi 81% com AIM e 86%
com marcadores de pigmentação. Entre os índios Tiriyó e Waiampi foi observada
baixa contribuição de povos não indígenas nas estimativas de mistura com AIM (<
10%) e nenhuma mistura quando avaliados apenas os marcadores de pigmentação,
sugerindo que essas tribos conservam muitas características ancestrais. As
estimativas de mistura nos indivíduos miscigenados da Bahia mostrou predomínio
de contribuição europeia utilizando os marcadores de pigmentação da pele e maior
contribuição africana utilizando os AIM. A distribuição genotípica dos marcadores de
pigmentação da pele foi concordante com a classificação fenotípica realizada nos
miscigenados (Bahia) em brancos, mulatos e negros, corroborando dados da
literatura que mostram o envolvimento desses marcadores na variação normal da
pigmentação da pele em diferentes grupos étnicos.