Thesis
Vacinas de rotavírus: processo de introdução e efetividade em programas de imunização na América Latina e Caribe
Fecha
2014Registro en:
OLIVEIRA, Lúcia Helena de. Vacinas de rotavírus: processo de introdução e efetividade em programas de imunização na América Latina e Caribe. 2014. 91 f. Tese (Doutorado em Medicina Tropical) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de janeiro, RJ, 2014.
Autor
Oliveira, Lúcia Helena de
Institución
Resumen
A doença causada pelo rotavirus é umas das principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas à diarreia aguda em crianças no mundo causando, antes da introdução das vacinas, aproximadamente 453.000 mortes anualmente, particularmente nos países em desenvolvimento. No ano de 2006, duas vacinas foram licenciadas para prevenir os casos graves de diarreia por rotavirus do grupo A (RVA) e mortalidade por esta doença. Estas duas vacinas, monovalente (Rotarix® - RV1) e pentavalente (RotaTeq® \2013 RV5), foram recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para sua utilização nos programas de imunizações em 2007. Os países da América Latina e Caribe (ALC) e os Estados Unidos da América (EUA) foram os primeiros a incorporarem esta vacina na rotina de imunizações. Atualmente, 16 países da ALC introduziram estas vacinas no esquema de vacinação. O objetivo deste estudo é documentar o processo de introdução das vacinas de RVA em alguns países da ALC através de uma avaliação qualitativa \2013observacional, medir a efetividade da vacina RV1na Bolívia, e realizar uma meta-análise para estimar a efetividade das vacinas RVA, segundo diferentes variáveis, na ALC. As evidencias da eficácia da vacina, seu potencial impacto e custo-efetividade de sua introdução, mesmo sem dados locais, foram importantes para a decisão de introdução dessa vacina. Tanto no estudo da Bolívia como na meta-análise, as estimativas de efetividade variaram em grau de acordo ao grupo controle utilizado. No estudo caso-controle da Bolívia, e a efetividade de RV1 para o esquema completo foi de 77,0% e 69,0% utilizando controles de hospital (outras doenças) e diarreias ELISA-negativo para RVA, respectivamente
A efetividade para uma dose da vacina foi de 56,0% com controles de hospital (outras doenças) e 36,0% com controles de diarreia ELISA-negativo. Na revisão sistemática foram identificados 806 estudos dos quais foram selecionados 8 para a meta-análise, envolvendo 27.713 participantes na análise final. As estimativas sumárias foram calculadas usando diferentes grupos controles. A efetividade para duas doses de RV1 contra hospitalizações variou de 63, 5% a 72,2%; efetividade em crianças <12 meses variou de 75,4% a 81,8% para RV1, e de 56,5% a 66,4% para crianças maiores de >12 meses. A efetividade da RV5 variou de 76,1% a 88,8% nas diarreias com score Vesikari >11 em crianças de 6 a 11 meses. Em conclusão, foram identificados os principais fatores que apoiaram o processo de decisão de introdução das vacinas RVA, os quais foram de alta importância para documentar este processo, uma vez que a literatura sobre o tema é escassa. As vacinas de RVA conferem alta proteção para as hospitalizações por RVA. Para a vacina RV1, esta proteção é maior nos <12 meses comparado aos > 12 meses. Uma dose de vacina também confere proteção o que é especialmente importante nos países em desenvolvimento onde as diarreias ocasionam alta mortalidade