Thesis
Estudo da ativação e da resposta aos antígenos de memória em indivíduos infectados pelo HTLV-1
Fecha
2006Registro en:
MASCARENHAS, Rita Elizabeth Moreira. Estudo da ativação e da resposta aos antígenos de memória em indivíduos infectados pelo HTLV-1. 2006. 92 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) - Instituto Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2006.
Autor
Mascarenhas, Rita Elizabeth Moreira
Institución
Resumen
O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTL V -I) tem tropismo para os linfócitos T, infectando preferencialmente linfócitos T CD4+CD45RO+, embora outras células possam ser alvo da infecção. No Brasil, a prevalência em doadores de sangue foi estimada em 0,45 por cento, sendo Salvador o epicentro da infecção do HTL V-I no país, com prevalência de 1,35 por cento. Recentemente, um estudo de base populacional, realizado na em Salvador revelou uma prevalência de 2 por cento. O HTLV-I está classicamente associado a leucemia e linfoma de células T do adulto (A TLL), Paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTL V -1 (HAM/TSP) e uveite. Este vírus também está relacionado a outras doenças inflamatórias como artrite, dermatite infectiva, polimiosite, alveolite e Síndrome de Sjogren. A infecção pelo HTLV-I, induz uma ativação crônica do sistema imune e uma maior susceptibilidade a doenças infecciosas. Maior morbidade e mortalidade associada à tuberculose, hanseníase, estrongiloidíase grave e disseminada, e escabiose severa sugerem a existência de uma imunossupressão pelo HTL V -I. Células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de cerca de 50 por cento dos indivíduos infectados, apresentam proliferação espontânea in vitro, uma das alterações imunológicas características da infecção por este vírus. Neste estudo, avaliamos a resposta imune celular aos antígenos de memória nos indivíduos infectados pelo HTLV-l apresentando ou não proliferação espontânea. Inicialmente quantificamos as populações de linfócitos T CD4 e CD8 e estudamos o repertório do TCR-V~ das subpopulações dos linfócitos T CD4+. Encontramos um aumento da proporção dos linfócitos T CD4+CD45RO+, nos individuos infectados com proliferação espontânea e uma menor frequência de resposta aos antígenos de memória, mesmo nos indivíduos cujos PBMC não proliferavam espontaneamente. Além disso, indivíduos com proliferação espontânea apresentaram expansão policlonal dos linfócitos T CD4+. Em seguida, investigamos o perfil de ativação e a freqüência de células produtoras de lFN-y. A expressão de CD25, CD69 e HLA-DR, bem como a proporção de células produtoras de lFN-y foi maior nos linfócitos T CD4+ dos indivíduos infectados pelo HTL V-I. Por fim, investigamos o potencial inibitório de compostos quinolínicos na proliferação espontânea de linfócitos T, de indivíduos infectados pelo HTL V-L Identificamos seis compostos (XF907, XF731, SF103, MHM22, MDS 14 and SF47) com capacidade para inibir, in vitro, a proliferação espontânea de PBMC. Novos estudos para avaliar o mecanismo de inibição destas drogas devem ser realizados. A descoberta de novos fármacos é importante para o tratamento desta infecção. Nossos resultados indicam que o HTL V -I induz uma imunossupressão caracterizada pela redução na frequência de respostas positivas aos antígenos de mcmória. mesmo entre os indivíduos que não apresentam proliferação espontânea, sugerindo que possa ocorrer uma imunossupressão. A ativação celular e frequências elevadas de células produtoras de IFN-y podem contribuir para esta anergia.