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Portadores da doença falciforme: reflexos da história da população negra no acesso à saúde
Fecha
2020Registro en:
RAMOS, Edith Maria Barbosa et al. Portadores da doença falciforme: reflexos da história da população negra no acesso à saúde. RECIIS - Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 681-691, jul./set. 2020.
1981-6278
10.29397/reciis.v14i3.1882
1981-6278
Autor
Ramos, Edith Maria Barbosa
Ramos, Paulo Roberto Barbosa
Carvalho, Márcia Haydee Porto de
Silva, Delmo Mattos da
Dutra Júnior, Paulo Henrique de Freitas
Institución
Resumen
A doença falciforme é a afecção genética mais prevalente no Brasil; de acordo com o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), nascem cerca de 3.500 (três mil e quinhentas) crianças por ano com hemoglobina S, uma das responsáveis pela doença, ou seja, 1/1.000 nascidos vivos no Brasil. Considerando o grau de sua incidência, é necessário observar o acesso à saúde possibilitado aos portadores dessa enfermidade, devendo-se analisar as dificuldades que afligem esse segmento populacional e a efetividade das políticas públicas existentes para enfrentamento dessa hemoglobinopatia. Por meio de metodologia descritiva e explicativa, constatou-se que o segmento social acometido por essa doença se encontra historicamente associado aos afrodescendentes, dada sua origem mutante no continente africano em resposta à disseminação da malária, fato que conjuga a enfermidade com os fatores raciais de discriminação histórica da população negra. A falciforme foi utilizada, em certos casos, como fundamento para exclusão dos negros da sociedade, como argumento para segregação racial nos Estados Unidos e como fundamento para ideia de embranquecimento da população brasileira.