Dissertation
Aspectos sindêmicos da COVID-19 na Região da Sub-Bacia do Canal do Cunha, Rio de Janeiro RJ-Brasil
Fecha
2022Registro en:
COELHO, Wagner Nazário. Aspectos sindêmicos da COVID-19 na Região da Sub-Bacia do Canal do Cunha, Rio de Janeiro RJ-Brasil. 2022. 79 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022.
Autor
Coelho, Wagner Nazário
Institución
Resumen
Em 31 de dezembro de 2019, o mundo se deparou com um novo vírus que se espalhou a partir da região Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma cepa de coronavírus que até o momento não tinha sido identificada em humanos. A Organização Mundial de Saúde classificou a situação como emergência internacional e, em 11 de março de 2020, o vírus passou a ser considerado uma doença pandêmica. Covid-19 pertence à família dos coronavírus. Os sintomas da infecção podem evoluir de tosse, febre e congestão nasal à pneumonia grave; alguns indivíduos infectados podem permanecer assintomáticos e contribuir com a propagação do vírus em indivíduos com comorbidades que são mais susceptíveis às manifestações. O presente estudo teve como objetivo analisar a taxa de incidência e de mortalidade por Covid-19 em população da Sub-Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha, composta por 36 bairros da cidade do Rio de Janeiro, no período de 12 meses, de 13 de março de 2020 a 05 de março de 2021. O território de estudo é uma região do município do Rio de Janeiro com alta concentração de aglomerados subnormais. O município é divido em quatro grandes compartimentos hidrográficos: Sepetiba, Jacarepaguá, Zona Sul e Guanabara, sendo formado cada um deles por sub-bacia hidrográficas, a Sub-Bacia do Canal do Cunha (SBCC), é uma das sub-bacias da Guanabara, e é predominantemente urbana. Os 29 bairros totalmente inseridos na Sub-bacia são predominantemente urbanos. Dados de óbitos e incidência foram obtidos no site do Painel Rio Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Foram consideradas como variáveis dependentes as taxas de incidência acumulada, mortalidade acumulada e letalidade acumulada. Entre as variáveis contextuais foram o bairro de moradia; proporção de aglomerados subnormais (ASN) por bairros, faixas etárias; razão de renda e índice de saneamento básico. As variáveis foram analisadas de forma descritiva, por estatística bivariada de correlação de Spearman e por estatística espacial. A estatística espacial foi realizada através de Sistemas de Informação Geográfica, utilizando programas livres, QGIS e Terra View. No período de estudo a taxa de incidência nos bairros da SBCC foi de 621,5/10.000 habitantes. Sendo identificada maior taxa de mortalidade (24,7%) no Complexo do Alemão. Obteve-se correlação negativa entre mortalidade e a proporção de habitantes nos bairros com ASN (rho = -0,433; p = 0,023). Na estatística espacial houve correlação inversa para incidência da Covid-19 (índice Moran, -0,155863; p=0,02). O estudo permitiu concluir que a incidência e mortalidade nas áreas de ASN são significativamente relacionadas com a estruturas sociodemográficas, com a demanda de política orientada para territórios vulneráveis. O uso de dados epidemiológicos contribuiu para monitorar a pandemia de Covid-19 e compreender como foram as estratégias adotadas na redução dos casos e óbitos em áreas socioeconomicamente vulneráveis.