Dissertation
Tracoma: aspectos epidemiológicos no Brasil, 2009-2010 e perspectivas de controle
Fecha
2013Registro en:
DANTAS, Andreia de Pádua Careli. Tracoma: aspectos epidemiológicos no Brasil, 2009-2010 e perspectivas de controle. 2013. xii,59 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013.
Autor
Dantas, Andreia de Pádua Careli
Institución
Resumen
O tracoma é uma afecção inflamatória ocular crônica (ceratoconjuntivite crônica recidivante) que
tem como agente etiológico a bactéria Chlamydia trachomatis. É reconhecido como importante
problema de saúde pública, por ser esta a principal causa de cegueira evitável. Afeta 41 milhões de
pessoas em todo o mundo das quais 1,3 milhões são cegas devido ao tracoma. A Organização Mundial
de Saúde – OMS considera o tracoma endêmico em regiões subdesenvolvidas da África, Oriente
Médio, Subcontinente Indiano, Sudeste da Ásia e nas Américas Central e Sul. No Brasil a prevalência
conhecida no último inquérito nacional realizado no período de 2002 a 2008 detectou municípios com
alta prevalência em todas as regiões do país e um coeficiente médio nacional de 5,1% de tracoma
ativo. Este estudo tem por objetivo descrever o sistema de vigilância epidemiológica do tracoma no
Brasil e os aspectos epidemiológicos da doença com base nas notificações no Sinan nos anos de 2009
e 2010 e nos dados repassados diretamente a coordenação do agravo na SVS. Trata-se de um
sistema de busca ativa de casos sob a responsabilidade dos estados e municípios que utiliza dados do
último inquérito como base para identificação de foco. A abrangência do inquérito foi de 30% do total
de municípios do país o que faz com que a maior parte dos municípios desconheça sua situação em
relação ao tracoma. Nos dois anos analisados pouco mais de 300 municípios realizaram atividade de
busca de casos, com destaque para os estados do Ceará, São Paulo, Bahia e Tocantins. Neste
período foram examinadas 573.576 pessoas com 25.042 casos, o que corresponde a 4,4% de
prevalência média. Com 80% dos inquéritos realizados em escolas da zona urbana, a maioria dos
casos identificados foi de TF em crianças menores de 10 anos do sexo feminino. Os resultados
demonstram que a doença permanece na população brasileira e que grande parte dos municípios não
realiza o monitoramento de situação para a devida adoção de medidas preventivas. É fundamental
estabelecer uma rotina de retroalimentação desses dados de forma ampla, de modo a impulsionar a
utilização do Sinan como ferramenta oficial de notificação e implantação das ações de vigilância e
controle do tracoma na rotina dos serviços de saúde com maior envolvimento dos gestores.