Thesis
Relações clonais entre Pseudomonas aeruginosa multidroga resistentes de origem clínica e do efluente hospitalar
Fecha
2015Registro en:
MIRANDA, C. A. C. Relações clonais entre Pseudomonas aeruginosa multidroga resistentes de origem clínica e do efluente hospitalar. 2015. 183 f. Tese (Doutorado em Vigilância Sanitária)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.
Autor
Miranda, Catia Aparecida Chaia de
Institución
Resumen
O lançamento de efluentes hospitalares, sem pré-tratamento adequado, em corpos receptores, é motivo de preocupação devido à disseminação de poluentes químicos e biológicos aos corpos receptores. A presença de Pseudomonas aeruginosa multidroga resistentes está associada à sua ampla colonização nos hospitais e consequentemente nos efluentes e ao meio ambiente. O objetivo deste estudo foi investigar a relação clonal entre os isolados de Pseudomonas aeruginosa de origem clínica e do efluente hospitalar, e a possível associação clonal à diminuição da susceptibilidade aos antibióticos, principalmente em relação aos beta-lactâmicos. Cento e setenta e sete isolados de P. aeruginosa recuperados do hospital (n=136) e seu efluente (n=41), foram identificados fenotipicamente e certificados pela amplificação do gene 16S rRNA. Quanto ao perfil de susceptibilidade, os isolados foram analisados frente a 17 antibióticos pelo Método de disco difusão. Dos 41 isolados da ETEH, 88% foram resistentes à fosfomicina, seguidos por ticarcilina/ácido clavulânico (71%) e ceftriaxona (63%). Os 136 isolados clínicos apresentaram maior valor de resistência a fosfomicina (100%), seguido por cefotaxima (79%) e ceftriaxona (76%). A produção de beta-lactamase foi verificada por meio de cultivo em Chromoagar – ESBL e pelo teste de Carba NP. Os genes codificadores de ESBL (blaPER, blaVEB, blaSHV, blaCTX-M-1, blaCTX-M-2, blaCTX-M-8, blaCTX-M-9, blaCTX-M-25, blaTEM e blaGES), de MBL (blaIMP, blaVIM, blaSPM e blaNDM) e de KPC (blaKPC) foram detectados pela PCR. Cento e onze isolados (63%) resistentes a pelo menos um antibiótico pertencente a três ou mais classes foram classificados como multirresistentes. Destes, 37 (33%) foram classificados como Multidroga Resistentes (MDR) e 74 (67%) Extensivamente Droga Resistentes (XDR). A relação genética dos isolados foi determinada através da ERIC-PCR e MLST, agrupando em 69 perfis distintos (HMLJ (n=49; ETEH (n=20)) e 51 ST (HMLJ (n=36); ETEH (n=15)), respectivamente. O ST 244 foi o único presente nos dois ambientes analisados. Os dados gerados a partir da árvore de MST, com isolados dos dois ambientes, mostraram que o ST595 e o ST1941 compartilham cinco alelos idênticos com o ST244 e devem ser incluídos no Complexo Clonal 244 (CC244). O CC244 demonstrou grande potencial patogênico deste clone por carrear cepas MDR e XDR de diferentes fontes, tais como clínica, água e efluente hospitalar. Nossos resultados nos permitem concluir que o tratamento terciário dispensado ao efluente hospitalar não foi totalmente eficiente, uma vez que foi demonstrado um aumento de linhagens XDR no efluente tratado. A grande diversidade genética de Pseudomonas aeruginosa recuperadas do hospital e seu efluente, constantemente liberadas no sistema aquático, contribui com a disseminação de genes de resistência entre microrganismos que compartilham o mesmo meio. Estas linhagens contribuem para a disseminação de microrganismos e genes de resistência podendo gerar impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.