Thesis
A formação em gestão em sistemas universais de saúde: semelhanças e diferenças entre Brasil e Espanha
Fecha
2018Registro en:
CUNHA, Maria Luiza Silva. A formação em gestão em sistemas universais de saúde: semelhanças e diferenças entre Brasil e Espanha. 2018. 190 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
Autor
Cunha, Maria Luiza Silva
Institución
Resumen
O estudo teve como principal objetivo analisar a formação em gestão em saúde no
Brasil com base nas semelhanças e diferenças com a Espanha. Para tal, valeu-se de elementos
históricos e de organização de cursos nos dois países. Partiu-se do entendimento que essa
formação é uma construção social e histórica que se dá em um contexto do qual fazem parte
diferentes agentes sociais, interesses e projetos em disputa. Adotou-se uma abordagem
qualitativa da realidade e utilizou-se como técnicas de pesquisa a entrevista e a pesquisa
documental. Foram pesquisados nove cursos no Brasil e quatro na Espanha, de diferentes
níveis de formação, pertencentes a instituições públicas e privadas de ensino. Das vinte e
cinco entrevistas realizadas, dez foram com formuladores e condutores da política de saúde e
educação a respeito da história da formação da gestão em saúde no Brasil e na Espanha e
quinze com coordenadores de curso. Os resultados foram organizados nos dois eixos
temáticos da pesquisa: antecedentes históricos e experiência concreta de formação. No
primeiro, a partir do contexto institucional de origem, oferta formativa inicial,
institucionalização e características. Um dos temas evidenciados foi relativo à
profissionalização da gestão. Ainda que presente nos dois países, na Espanha o mesmo
assumiu contornos institucionais distintos com avanços significativos em período recente. No
segundo eixo a base foi o surgimento do curso, a construção do currículo e a perspectiva de
futuro. Apreendemos que a incorporação dos componentes curriculares como aqueles
voltados à gestão clínica e à gestão da qualidade se agregaram aos conteúdos mais
tradicionais, como aqueles da administração e da política de saúde. Esse fato contribui para
que o ensino da gestão se pareça com um ‘mosaico’, com muitos desenhos e configurações
em função das contribuições de diferentes áreas disciplinares. Entendeu-se que o ensino da
gestão, a partir de diferentes ferramentas e técnicas, não deveria prescindir da sua
compreensão como um processo de interação social, que produz e reproduz relações de força
e de dominação. Acredita-se que essa compreensão estaria relacionada à perspectiva crítica de
formação, que se daria a partir do ensino dos fundamentos da gestão, vista como um processo
presente no trabalho de cada profissional e da organização como um todo e pelo entendimento
do caráter relacional, de interação e de produção de subjetividade existente na gestão em
saúde.