Dissertation
Efeito do vírus influenza recombinante carreando o gene da interleucina 22 (Flu-IL22) na infecção pelo vírus influenza selvagem (H1N1- A/PR8/34) e na infecção por Streptococcus pneumoniae, em modelo murino
Fecha
2022Registro en:
MACÁRIO, Rayanne Rosa do Nascimento. Efeito do vírus influenza recombinante carreando o gene da interleucina 22 (Flu-IL22) na infecção pelo vírus influenza selvagem (H1N1- A/PR8/34) e na infecção por Streptococcus pneumoniae, em modelo murino. Belo Horizonte: s.n, 2022. 103 p. cd. Dissertação(Mestrado em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Biologia Celular e Molecular)-Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.
Autor
Macario, Rayanne Rosa Do Nascimento
Institución
Resumen
O vírus Influenza possui a capacidade de infectar uma ampla gama de hospedeiros, sendo responsável por importantes epidemias e pandemias ao longo da história. A infecção por esse vírus leva a uma desregulação das respostas imunológicas e danos à barreira epitelial pulmonar, predispondo o hospedeiro à infecção bacteriana secundária, sendo o Streptococcus pneumoniae um dos principais patógenos envolvidos. Diante disso, por meio da técnica de genética reversa, foi construído um vírus influenza recombinante defectivo para a replicação carreando o gene da IL-22 murina (Flu-IL22). O vírus Flu-IL22 construído foi caracterizado de forma genotípica, fenotípica e funcional. A capacidade de produzir a IL-22 foi avaliada tanto in vitro quanto in vivo. O impacto imunomodulatório do Flu-IL22 foi avaliado através de coinfecções subletais do vírus recombinante com o vírus influenza selvagem (A/PR/8/34:H1N1) ou com S. pneumoniae (ATCC6303), através do acompanhamento da perda de peso e contagem bacteriana pulmonar, respectivamente. Além disso, também foi realizada análises histopatológicas de pulmões dos animais coinfectados com o vírus Flu-IL22 e S. pneumoniae. Nossos resultados demonstraram que o vírus Flu-IL22 apresenta estabilidade genética do inserto heterólogo e produz de forma satisfatória a IL-22 tanto in vitro quanto in vivo. No contexto de coinfecção com o vírus influenza selvagem, nosso vírus recombinante não apresentou impacto na perda de peso dos animais. Todavia, o principal achado está correlacionado a coinfecção do Flu-IL22 com S. pneumoniae, que apresentou redução da contagem bacteriana no BALF. Além do mais, as análises histopatológicas também oriundas de uma coinfecção entre o vírus recombinante e S. pneumoniae, apresentou um maior infiltrado neutrofílico septal e alvear. Diante do exposto, foi possível analisar um mecanismo de ação do Flu-IL22 durante a coinfecção com S. pneumoniae, através de um maior infiltrado neutrofílico e redução da contagem bacteriana no microambiente pulmonar. De um modo geral, este trabalho poderá contribuir para o enriquecimento de informações no que diz respeito a novas tecnologias terapêuticas/imunomoduladoras de modo inovador utilizando vetores virais capazes de reduzir as infecções bacterianas secundárias, representando um grande avanço para o enfrentamento dessas complicações de interesse médico