Thesis
Aspectos clínico-epidemiológicos e imunológicos da hanseníase em área hiperendêmica do estado do Maranhão
Fecha
2014Registro en:
COSTA, Graciomar Conceição. Aspectos clínico-epidemiológicos e imunológicos da hanseníase em área hiperendêmica do estado do Maranhão. 2014. 111 f. il. Tese (Doutorado em Patologia) - Universidade Federal da Bahia. Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2014.
Autor
Costa, Graciomar Conceição
Institución
Resumen
A hanseníase ou mal de Hansen (MH), causada pelo patógeno Mycobacterium leprae, ainda constitui um problema de saúde pública no Brasil, e em especial no Maranhão. A doença é hiperendêmica em 77 municípios do Estado. A resposta imune ao patógeno de indivíduos dessas regiões permanece obscuro podendo contribuir na manutenção da hiperendemia. Por isso, este estudo teve por objetivo caracterizar o perfil clínico-epidemiológico e imunológico de pacientes infectados por M. leprae, e de seus contatos, procedentes de área hiperendêmica. Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado um estudo transversal foi realizado nos municípios de Açailândia, Imperatriz e São Luís, no período 2009 a 2012. Pacientes e contatos foram clinicamente avaliados e tiveram os dados epidemiológicos coletados. Uma amostra de sangue foi obtida para realização das sorologias para detecção de anticorpos IgM anti-PGL1 pelos testes de ELISA e ML-Flow, e dosagem de citocinas e quimiocinas. A análise descritiva demonstrou que a maioria dos pacientes eram adultos, do gênero masculino, diagnosticados principalmente com as formas intermediárias da doença (60%). Incapacidades físicas foram detectadas em 35% dos casos, a maioria da forma multibacilar (MB). Os contatos de pacientes MB, em idade adulta, do sexo feminino, de convívio intradomiciliar e com parentesco de primeiro grau com os pacientes foram maioria. Anticorpos anti-PGL1 foram encontrados em 42,6% dos casos e 12% dos contatos pelo ML-Flow. E ainda em 36,8% dos casos e 12,5 % dos contatos pela técnica do ELISA. A concordância dos testes foi moderada, porém significativa (K=0,423). A soropositividade ao PGL1 está associada às variáveis epidemiológicas de casos, principalmente. Observou-se que casos e contatos apresentam alta produção de IL-17A. Pacientes MB e contatos possuem altas concentrações séricas de IL-6. Os da forma virchowiana tem reduzida produção de TGF-β1. CXCL9 e CXCL10 foram evidentes nos MB, enquanto CXCL8 estava presente em contatos. Os aspectos avaliados confirmam o caráter hiperendêmico e a manutenção de fatores de riscos para o adoecimento de contatos. O perfil imunológico observado abre perspectivas para o conhecimento e elucidação da patogenia em regiões de grande circulação do M. leprae.