Papers presented at events
Marcas de Proveniência: dos franciscanos, primeira biblioteca pública ao bicentenário da biblioteca jurídica
Fecha
2020Registro en:
BEFFA. Maria Lucia. Marcas de Proveniência: dos franciscanos, primeira biblioteca pública ao bicentenário da biblioteca jurídica. In: AS MARCAS DA PROVENIÊNCIA E A CULTURA MATERIAL: CICLO DE PALESTRAS. Rio de Janeiro: UNIRIO; Fiocruz; PPACT/Mast, 2020. 33 p.
Autor
Beffa, Maria Lucia
Institución
Resumen
Com a vinda da ordem religiosa dos franciscanos do Rio de Janeiro para a cidade de São Paulo para fundar o convento por volta de 1639, onde permanecem até os dias atuais no centro de São Paulo, o pequeno grupo de religiosos, trouxeram livros além dos objetos religiosos. Com os trabalhos de revisão da catalogação dos registros para o banco de dados da USP foi encontrado livro com anotações indicando a origem sendo do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, a obra identificada com a marca é a “Homo Symbolicus – RD. Octavii Scarlatini.”
O bispo de Funchal, ilha da Madeira, D. Luiz Rodrigus Villares, que faleceu em 1º de outubro de 1810, destinou sua biblioteca aos franciscanos de São Paulo.
Em 1825, o presidente da Província, Lucas Antônio Monteiro de Barros, desejando fundar uma biblioteca pública, decide adquirir a biblioteca que estava à venda do 27º bispo de São Paulo e 4º bispo da Sé, D. Mateus de Abreu Pereira, falecido em 1824, e assim é criada por decreto a Biblioteca Pública da Província de São Paulo e instalada junto com a Biblioteca do convento franciscano.
Com a criação da Academia de Direito pela Lei de 11 de agosto de 1827, que foi assinado pelo imperador D. Pedro I e pelo Ministro do Império, José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo a biblioteca passou a servir o curso de ciências jurídicas. O curso em São Paulo foi instalado no convento dos Franciscanos por estar desabitado e por possuir uma biblioteca. Essa biblioteca ao longo dos 195 anos oficiais de existência, reúne importantes coleções de figuras públicas do século XIX aos dias atuais.
Quando da instalação do curso jurídico no convento a biblioteca contava com as coleções proveniente de religiosos, dos franciscanos e do bispo de Funchal, e da Biblioteca pública cujo acervo também foi de um religioso, bispo da Sé. Em 1826, o bibliotecário José Antônio dos Reis, fez um inventário descrevendo quais obras pertenciam à Livraria dos franciscanos e os que pertenciam à Biblioteca Pública da Província. Ao percorrer o inventário de D. José pode-se constatar que além de livros religiosos faziam também parte da coleção obras de autores iluministas.
Outra doação importante no século XIX foi aquela feita em 1873 por Maria das Dores de Vasconcelos Machado, filha de Lúcio Manoel Felix dos Santos Capello. Na coleção havia muitas obras de Direito e outras tantas de Saúde ou Medicina.
Em 1934 com a criação da Universidade de São Paulo a Faculdade de Direito foi incorporada à nova universidade permanecendo até a presente data. Nesses anos de existência muitos doações foram agregadas tornando uma grande Biblioteca com um acervo bastante eclético. Com o projeto marcas de proveniência muitos dessas coleções esquecidas, num mundo de aproximadamente 500 mil volumes, estão surgindo para contar a história da formação do acervo ao longo da história.
Dentre os trabalhos desenvolvidos pela Biblioteca, atualmente, está a identificação e catalogação das marcas de proveniência das obras. Este trabalho está acontecendo, principalmente, no que se refere às obras do século XIX. Deste modo, em algumas delas já foram localizadas assinaturas, Ex-libris manuscrito, Ex-libris de colecionadores nacionais e estrangeiros, dedicatórias, etiquetas, carimbos, comentários feitos nas margens e tantas outras marcas. A descrição dessas marcas registradas no campo Marc propiciará muitas possibilidades para descobrir e proteger esse importante patrimônio bibliográfico.