Artigo
Da "representação das sobras" à "reantropofagia": povos indígenas e arte contemporânea no Brasil
Fecha
2019-10-01Registro en:
MODOS: revista de história da arte, v. 3, n. 3, p. 69-96, 2019.
2526-2963
10.24978/mod.v3i3.4304
Autor
Goldstein, Ilana Seltzer [UNIFESP]
Institución
Resumen
Tanto a Antropologia como a História da Arte alargaram seus repertórios conceituais e sua abrangência geográfico-temporal, aumentando suas interfaces. A partir deste diálogo interdisciplinar, o presente artigo trata de obras e projetos que floresceram a partir de 2015, nos quais questões, visualidades e criadores indígenas adentraram o sistema das artes no Brasil. Com base em pesquisa de campo e análise de catálogos, são apresentadas as exposições A queda do céu (2015), Da Pedra Da Terra Daqui (2015), Adornos do Brasil indígena. Resistências contemporâneas (2017), Reantropofagia (2019) e Vaievem (2019), entre outras artistas indígenas como Denilson Baniwa, Jaider Esbell, Daiara Tukano, Ibã Huni Kuin e Gustavo Caboco. Conclui-se que a arte constitui uma nova arena na luta dos povos indígenas por visibilidade, tanto em termos políticos como estéticos. Por outro lado, constata-se grande distância entre os dois universos: estabelecer conexões e traduções permanece um grande desafio. Anthropology and Art History have recently broaden their conceptual frameworks and their geographical and temporal scope, increasing the interfaces between them. Departing from an interdisciplinary perspective, this article discuss artworks and events that have flourished in Brazil since 2015, in which indigenous issues and indigenous visual and creative repertoires have penetrated into the Western art system. Based on field research and catalog analysis, we discuss the exhibitions The fall of the sky (2015), From the earth, the stone and from Here (2015), Adornments of indigenous Brazil. Contemporary resistances (2017), (again)Anthropophagy (2019) and Vaievem (2019) among others; as well as works by indigenous artists Denilson Baniwa, Jaider Esbell, Daiara Tukano, Ibã Huni Kuin and Gustavo Caboco among others are presented and analysed here. Conclusions point to the importance of the art world in the struggle for visibility of indigenous peoples, both politically and aesthetically. On the other hand, they suggest that there is a great distance between Western and Amerindian universes and that translations remain a big challenge.