Tese de doutorado
Efeitos da amplificação sonora na percepção da fala em idosos com e sem zumbido
Fecha
2015-02-20Registro en:
ARAUJO, Tiago de Melo. Efeitos da amplificação sonora na percepção da fala em idosos com e sem zumbido. 2015. 127 f. Tese (Doutorado em Distúrbios da Comunicação Humana - Fonoaudiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.
Autor
Araujo, Tiago de Melo [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introdução: O zumbido é um sintoma presente em 90% das alterações cocleares e, além do incômodo, pode ocasionar dificuldades na concentração, discriminação de fala, atenção seletiva entre outras. A perda auditiva pode resultar em alterações plásticas no Sistema Nervoso Central que contribuem para a cronicidade do zumbido, sendo assim, idosos deficientes auditivos com zumbido crônico teriam um prejuízo maior na percepção da fala quando comparados àqueles sem o sintoma. A estimulação acústica por meio das próteses auditivas poderia reforçar e ampliar as redes neurais, melhorando a percepção da fala e reduzindo o desconforto com o zumbido. Objetivo: Verificar o efeito do uso de próteses auditivas em testes de percepção da fala em idosos deficientes auditivos com e sem zumbido. Métodos: Foram avaliados 24 idosos com perda auditiva neurossensorial de grau moderado e idades entre 60 e 70 anos divididos em dois grupos conforme a presença ou não de zumbido. Todos foram adaptados com próteses auditivas micro canais de mesmo fabricante e modelo, e submetidos a testes de percepção da fala e a procedimentos de mensuração da auto percepção da perda auditiva e da amplificação. O grupo com zumbido também foi submetido a mensuração deste sintoma. As avaliações ocorreram com e sem os dispositivos de amplificação após um e três meses de uso efetivo. Para análise dos dados foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Wilcoxon. Resultados: Os idosos do grupo com zumbido apresentaram, nos testes de percepção da fala, desempenho inferior aos do grupo sem zumbido. No grupo com zumbido houve diminuição da sensação de intensidade e do desconforto com o referido sintoma e, em ambos os grupos, houve redução do incômodo com a perda auditiva. Quanto ao sucesso da adaptação do paciente às próteses auditivas, não houve diferença significante entre os grupos. Nas avaliações com os dispositivos, o desempenho de ambos os grupos foi melhor do que quando avaliados sem as próteses auditivas. Conclusão: A estimulação acústica por meio do uso efetivo de próteses auditivas propiciou melhor percepção da fala, independentemente da presença do zumbido. Houve redução do desconforto ocasionado pelo zumbido e pela perda auditiva.