Artistas mulheres no muralismo mexicano

Abstract

O presente trabalho parte do objetivo de analisar a presença de artistas mulheres no muralismo mexicano, visto que o movimento artístico – que teve início nos anos 1920, a partir da política cultural governamental que se desdobrou após a Revolução de 1910 – foi fortemente marcado pela contribuição de artistas homens, como, por exemplo, Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros e José Clemente Orozco, que se consagraram na história da arte muralista. Nesse sentido, pretende-se analisar, por meio de um levantamento bibliográfico amplo sobre o muralismo, bem como a pesquisa em outros materiais disponibilizados na internet (websites de museus, verbetes, resenhas, etc), as trajetórias das artistas e o espaço que ocuparam no muralismo mexicano. Selecionamos para nossa pesquisa as seguintes artistas muralistas: Marion Greenwood (1909-1970), Aurora Reyes (1908-1985), María Izquierdo (1902-1955) e Rina Lazo (1923-2019). Marion Greenwood é de origem estadunidense, considerada a primeira mulher a pintar murais no México, iniciando sua carreira na década de 1930. Aurora Reyes é considerada a primeira mulher mexicana a entrar para o movimento, sendo seu primeiro trabalho em 1936. Já María Izquierdo é uma pintora mexicana – vinculada, principalmente, ao surrealismo – que iniciou a carreira na arte no final da década de 1920; seu primeiro envolvimento com o muralismo foi em 1945. Por fim, a artista Rina Lazo é de origem guatemalteca, chegou no México em 1946 com uma bolsa para estudar pintura e, dessa forma, se tornou assistente de Rivera. Pretendemos assim, com essa pesquisa, iluminar a contribuição dessas artistas – bem menos estudadas que os pintores já mencionados – abordando, também, as possíveis dificuldades que enfrentaram profissionalmente e a importância da participação estrangeira em um movimento conhecido por celebrar uma suposta mexicanidade.

The present academic project aims to analyze the presence of female artists in Mexican muralism, since the artistic movement – which began in the 1920s, from the governmental cultural policy that unfolded after the Revolution of 1910 – was strongly marked by the male artists, such as, for example, Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros and José Clemente Orozco, who were consecrated in the history of muralist art. In this sense, it’s intended to analyze, through a broad bibliographic survey on muralism, as well as research in other materials available on the internet (museum websites, entries, reviews, etc.), the trajectories of the artists and the space they occupied in Mexican muralism. We selected for our research the following muralist artists: Marion Greenwood (1909-1970), Aurora Reyes (1908-1985), María Izquierdo (1902-1955) and Rina Lazo (1923-2019). Marion Greenwood is of American origin, considered the first woman to paint murals in Mexico, starting her career in the 1930s. Aurora Reyes is considered the first Mexican woman to join the movement, her first work being in 1936. María Izquierdo was a Mexican painter – linked mainly to surrealism – who began a career in art in the late 1920s; her first involvement with muralism was in 1945. Finally, the artist Rina Lazo is a Guatemalan, arrived in Mexico in 1946 with a scholarship to study painting and, in that way, became Rivera's assistant. Thus, with this research, we intend to shed light on the contribution of these artists – much less studied than the aforementioned painters – also addressing the possible difficulties they faced professionally and the importance of foreign participation in a movement known for celebrating a supposed Mexican identity.