Trabalho de conclusão de curso de graduação
O que sonham as mulheres? Uma interlocução entre psicanálise e falar-mulher
Fecha
2023-01-09Registro en:
RAMOS, Gabriela Corrêa. O que sonham as mulheres? Uma interlocução entre psicanálise e falar-mulher. 2023. 104 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Psicologia) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2023.
Autor
Ramos, Gabriela Corrêa [UNIFESP]
Institución
Resumen
Na experiência de abordagem psicanalítica da Roda de Conversa sobre Sonhos, criada no início da pandemia como espaço de produção de cuidado em meio às medidas de isolamento físico, o compartilhamento de produções oníricas em grupo permite a elaboração de angústias e a criação de outros mundos possíveis. Nessa ação de extensão, a maioria das/os participantes são mulheres, as quais trazem em seus relatos marcas de seu sofrimento decorrente da violência de gênero e possibilidades de construção de estratégias capazes de afirmá-las como sujeitas. Dessa maneira, exercem o falar-mulher (parler-femme) proposto por Luce Irigaray e que também ocorre por meio da escrita feminina. Objetivou-se compreender como as narrativas oníricas de três mulheres participantes das Rodas oferecem a possibilidade de apreender e construir o falar-mulher. Trata-se de pesquisa qualitativa do tipo exploratória, que correlaciona psicanálise e falar-mulher pela via dos sonhos. Por intermédio da realização de entrevista semiestruturada, buscou-se identificar na tessitura onírica os aspectos subjetivos, sintáxicos e sócio-histórico-político-culturais das sujeitas-alvo da pesquisa, bem como elaborações das experiências, estratégias de enfrentamento e (inov)ações possíveis para ser e estar no mundo, analisando-os à luz da teoria freudiana e do trabalho de Irigaray. Identificou-se, dentre outros aspectos, um falar-mulher sobre a sensação de impotência em relação ao ato de falar, a violência de gênero, a relação com o pai, além de recursos utilizados pelas sonhantes para (sobre)viver n(à) sociedade patriarcal.