Tese de doutorado
Avaliação da variabilidade do índice de apnéia e hipopnéia em pacientes portadores da síndrome da apnéia e hipopnéia do sono obstrutiva
Fecha
1999Registro en:
São Paulo: [s.n.], 1999. 87 p. ilustab.
epm-016111.pdf
Autor
Bittencourt, Lia Rita Azeredo [UNIFESP]
Institución
Resumen
O objetivo deste estudo foi avaliar a variabilidade do índice de apnéia e hipopnéia (IAH) em pacientes portadores da Síndrome da Apnéia e Hipopnéia do Sono Obstrutiva (SAHSO) e avaliar a relação desta com o valor inicial do IAH e com as alterações das outras variáveis polissonográficas. Para tal fim foram estudados 20 pacientes com SAHSO durante quatro noites consecutivas de polissonografia. Observamos no decorrer do estudo o “efeito da primeira noite” no padrão de sono, evidenciado por uma diminuição da latência para o sono REM (p = 0,01), uma redução do estágio 1 (p = 0,07), do estágio 2 (p = 0,04) e um aumento do sono REM (p = 0,001). O valor médio do IAH não foi significativamente diferente no decorrer das quatro noites (p = 0,67). Houve uma correlação positiva entre os valores individuais do IAH da primeira noite e os valores das demais noites, sendo o maior valor (r = 0,91) na segunda noite. O coeficiente de correlação intra-classe do IAH dos 20 pacientes nas quatro noites foi de 0,92, mostrando a reprodutibilidade deste índice. Ao usarmos o gráfico de BLAND & ALTMAN para avaliar variabilidade individual do IAH da primeira noite versus cada uma das outras noites, observamos grande dispersão das diferenças, sendo maior na terceira e quarta noites. Isto mostra que individualmente o IAH apresenta uma variabilidade considerável, que não esteve relacionada a gravidade do IAH inicial. Quarenta e cinco por cento dos nossos pacientes foram classificados de maneira diferente em relação a gravidade do IAH comparando as noites subsequentes com a primeira noite. Treze dos 20 pacientes (65%) apresentaram uma variação no valor absoluto do IAH igual ou superior a 10, quatro destes aumentaram e nove reduziram o IAH, não apresentando características que pudessem diferenciar este grupo daquele com menor variabilidade. Observações individuais de alguns destes pacientes sugerem que alterações do padrão do sono podem parcialmente influenciar variações no IAH. Ao avaliarmos o IAH em função da posição corpórea e dos estágios do sono similares, entretanto, não encontramos diferença significativa do valor médio do IAH entre as noites de estudo. Este índice foi maior nos estágios 1 + 2 que nos demais estágios, em ambos os decúbitos. Em relação aos decúbitos, o IAH nos estágios 1 + 2 e no sono REM foi maior no decúbito dorsal quando comparado aos decúbitos lateral e ventral. Concluímos que o IAH em portadores de SAHSO apresenta boa correlação e reprodutibilidade ao longo das quatro noites, entretanto, houve uma variabilidade individual que deve ser considerada, principalmente se o IAH for usado para classificar a SAHSO ou como critério de avaliação do sucesso de uma terapêutica.