Dissertação de mestrado
Prolapso de órgãos pélvicos e seu impacto na qualidade de vida das mulheres não indígenas e indígenas não aldeadas da região metropolitana de Manaus, Amazonas, Brasil
Fecha
2020-12-18Registro en:
MARIA AUXILIADORA DE SOUSA MACIEL.pdf
Autor
Maciel, Maria Auxiliadora De Sousa [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introduction: Pelvic organ prolapse is defined by the International Continence Society as the descent of any vaginal segment or pelvic organ from its usual anatomical position. We do not have access to epidemiological data on the impact of pelvic organ prolapse symptoms and their relationship to the quality of life of indigenous and non-indigenous women in the metropolitan region of Manaus, where the largest number of indigenous women exists in the Amazon region. Objective: To analyze and compare the symptoms of pelvic organ prolapse and its impact on the (QoL) of non-indigenous and non-indigenous indigenous women in the metropolitan region of the city of Manaus, Amazonas, Brazil. Methods: Cross-sectional, descriptive, analytical, quali / quantitative study, developed at the Getúlio Vargas University Hospital, in the city of Manaus / Amazonas. The prolapsed quality of life questionnaire (P-QOL) and another with socio-demographic data were used. The Shapiro-Wilk test was used to determine the normality of the data distribution and helped in the choice of the statistical test. To test the difference in proportions, the chi-square test was used. Student t test was used to analyze continuous variables to compare means between two independent groups. The level of significance was p <0.05. Results: The most prevalent domains were urinary and intestinal, with differences in urine symptoms in non-indigenous women (61.3%) with p=0.022 and in daily activities p=0.035, with no statistical differences in intestinal symptoms. Quality of life affected by urine symptoms in non-indigenous women, p=0.005 and moderate severe symptoms p=0.042. Age groups of 16 and 77 years old, non-indigenous with older age p> 0.001, body weight (p=0.003), prevalence of brown color, lower level of education in high school and elementary school (p=0.015), in symptoms of quality of life prolapse statistical differences in urinary, intestinal, personal relationships, emotions and sleep. In the study, 41.5% had more than 3 pregnancies, normal births (p=0.008) and abortions (p=0.009) in greater numbers among indigenous women. In the general perception of health, there were no differences between groups (p=0.108). Indigenous women had a higher number of pregnancies, vaginal deliveries and abortions, with fewer symptoms for prolapse. Conclusion: Statistical differences were found, related to prolapse, in relation to age, ethnicity, number of pregnancies, vaginal births, level of education, urinary and intestinal symptoms, personal relationships, emotions and sleep, which affect the quality of life. The obstetric history pointed to a greater number of vaginal births and abortions in indigenous women, but it was not a risk factor for symptoms associated with prolapse and did not affect the quality of life. Non-indigenous women had lower vaginal parity, fewer abortions, older age and urinary and instinct symptoms, in which the impact of prolapse symptoms occurred, in addition to affecting quality of life. Introdução: O prolapso de órgãos pélvicos é definido pela Sociedade Internacional de Continência como a descida de qualquer segmento vaginal ou órgão pélvico da sua posição anatômica habitual. Não temos acesso a dados epidemiológicos relativos ao impacto dos sintomas de prolapso de órgãos pélvicos e a relação destes com a qualidade de vida das mulheres indígenas e não indígenas da região metropolitana de Manaus, mesmo que exista, na região do Amazonas, o maior número de mulheres indígenas. Objetivo: Analisar e comparar os sintomas de prolapso de órgãos pélvicos e seu impacto na (QV) das mulheres não indígenas e indígenas não aldeadas da região metropolitana da cidade de Manaus, Amazonas, Brasil. Métodos: Estudo transversal, descritivo, analítico, quali/quantitativo, desenvolvido no Hospital Universitário Getúlio Vargas, na cidade de Manaus/Amazonas. Utilizou-se o questionário qualidade de vida prolapsos (P-QOL) e outro com dados sócios demográficos. O teste de Shapiro-Wilk foi usado para determinar a normalidade da distribuição dos dados e auxiliou na escolha do teste estatístico. Para se testar a diferença de proporções foi utilizado o teste qui- quadrado. Para a análise das variáveis contínuas foi utilizado o test t student para a comparação das médias entre dois grupos independentes. O nível de significância foi de p < 0,05. Resultados: Os domínios mais prevalentes foram os urinários e intestinais, com diferenças dos sintomas de urina nas mulheres não indígenas (61,3%) com p=0,022 e nas atividades diárias p=0,035, sem diferenças estatísticas nos sintomas intestinais. Qualidade de vida afetada a partir dos sintomas de urina nas mulheres não indígenas, p=0,005 e sintomas moderados severos p=0,042. Faixas etárias de 16 e 77 anos, não indígenas com maior idade p>0,001, peso corporal (0,003), prevalência da cor parda, menor nível de escolaridade no ensino médio e fundamental (0,015), nos sintomas da qualidade de vida prolapso diferenças estatísticas nos urinários, intestinais, relações pessoais, emoções e sono. No estudo, 41,5% tiveram mais de 3 gestações, partos normais (p=0,008) e abortos (p=0,009) em maior número nas mulheres indígenas. Na percepção geral da saúde, não houve diferenças entre os grupos (p=0,108). Mulheres indígenas tiveram maior número de gestações, partos vaginas e aborto, com menores sintomas para o prolapso. Conclusão: Encontrou-se diferenças estatísticas, relativas ao prolapso, em relação à idade, etnia, número de gestações, partos vaginais, nível de escolaridade, sintomas urinários, intestinais, relações pessoais, emoções e sono, estes afetando a qualidade de vida. Os antecedentes obstétricos apontaram para maior número de partos vaginais e aborto nas indígenas, porém não foi fator de risco para sintomas associados ao prolapso, não afetando a qualidade de vida. As mulheres não indígenas tiveram menor paridade vaginal, menos abortos, maiores idade e sintomas urinários e intestinais, nestas, ocorreu em maior proporção, o impacto dos sintomas de prolapso, além de afetar a qualidade de vida.