Relações em meio ao isolamento: Os familiares de preso em dias de "não-visita"

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), escrito no formato de artigo, apresenta os principais resultados de minha pesquisa de iniciação científica sobre a relação entre pessoas privadas de liberdade e seus familiares no período de suspensão das visitas presenciais nos presídios paulistas em virtude da pandemia de Covid-19. A pesquisa buscou conhecer os efeitos causados por essa nova forma de ruptura, de dias de “não visita”, a partir da perspectiva dos familiares. Tratou, assim, das descontinuidades que sofreram as relações familiares, a partir dos desafios causados por uma nova forma de separação que foi, ao mesmo tempo, física e simbólica. Com a pesquisa, abordei os laços entre familiares e presos, que não se dissolvem nem desaparecem apesar do aprisionamento, mas que, no período de impedimento da entrada nos presídios, encontraram-se em um contexto de impossibilidade de se reafirmarem.

This article presents the main results of my scientific initiation research on the relationship between people deprived of freedom and their family members during the period of suspension of face-to-face visits in São Paulo prisons due to the COVID-19 pandemic. The research sought to understand the effects caused by this new form of rupture, of “non-visit” days, from the perspective of family members. Thus, it dealt with the discontinuities that family relations endured facing the challenges caused by a new form of physical and symbolic separation. In this research, I addressed the ties between family members and prisoners, which do not disintegrate or disappear despite imprisonment, but found themselves in a context of the impossibility of self-reaffirmation in the period of visitation suspensions on prisons.