Trabalho de conclusão de curso de graduação
Susceptibilidade à cinetose e fatores associados em universitários
Fecha
2022-07-01Registro en:
INACIO, B I. Susceptibilidade à cinetose e fatores associados em universitários. São Paulo, 2022. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fonoaudiologia) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2022.
Autor
Inacio, Beatriz Illanes [UNIFESP]
Institución
Resumen
Introdução: A cinetose ou enjoo do movimento é uma síndrome comum, que ocorre
em resposta ao movimento real ou percebido. É considerada uma forma fisiológica de
tontura, uma vez que não é indicativa da presença de distúrbio vestibular. Sua
apresentação pode ser diversa, incluindo sintomas gastrointestinais, do sistema
nervoso central e autonômicos. Há considerável variabilidade individual na
suscetibilidade à cinetose, sendo que alguns fatores parecem ser preditores, como
sexo feminino e ansiedade. Objetivo: Investigar a susceptibilidade à cinetose em
universitários. Método: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e descritivo,
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) sob parecer nº 4.985.239. Foram convidados a participar deste estudo
universitários com idade igual ou superior a 18 anos, alunos de uma universidade
pública na cidade de São Paulo, recrutados por meio de redes sociais. Os voluntários
responderam um inquérito sobre dados sociodemográficos, de saúde geral e de
sintomas vestibulares, além de um inquérito baseado no questionário validado “Motion
Sickness Questionnaire Short-Form (MSSQ)” versão Português Brasileiro, em
ambiente virtual, por meio da ferramenta Google Forms. Este inquérito buscou
investigar quais movimentos são responsáveis por iniciar os sintomas de náusea e
tontura, considerando nove tipos diferentes de transportes e entretenimentos
geradores dos sintomas descritos em duas fases da vida: infância e fase atual (adulto
ou idoso). Para cada meio de transporte ou entretenimento, o participante respondia:
“nunca utilizei”, “nunca ficava enjoado”, “às vezes ficava enjoado” ou “sempre ficava
enjoado”, sendo atribuídas respectivamente as seguintes pontuações: 0, 1, 2 e 3. Foi
utilizado análise descritiva dos resultados e para comparar indivíduos com e sem
cinetose quanto à prevalência dos demais fatores, foi utilizado o teste exato de Fisher.
Resultados: Participaram do estudo 79 estudantes, com média de idade de 20,19
anos, sendo 92,5% do gênero feminino. A prevalência de susceptibilidade à cinetose
encontrada foi de 55,7%; 60,7% dos participantes relataram terem vivenciado alguma
situação de enjoo de movimento na infância; 36,7% dos participantes relataram
histórico familiar dos sintomas; 12,6% relataram que a cinetose interferia em suas
atividades de vida diária. Fatores referidos como estresse (96,2%), ansiedade
(86,0%), enxaqueca (36,7%) e insônia (35,4%) foram prevalentes em todos os
2 participantes, assim como abuso de cafeína (65,8%) e de doces/açúcar (65,8%). Não
houve diferença estatisticamente significante entre os grupos de indivíduos com e sem
cinetose em relação a estes fatores. Conclusão: A susceptibilidade à cinetose foi
altamente prevalente nos universitários entrevistados. No entanto, não foram
encontrados fatores associados a essa condição.