Dissertação de mestrado
Voz ressoante em alunos de teatro: correlatos perceptivo-auditivos e acústicos da emissão treinada Y-Buzz de Lessac
Fecha
2007Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2007. 102 p.
epm-707231137096.pdf
Autor
Barrichelo Lindstrom, Viviane Maria de Oliveira [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivos: Estudar a emissao treinada Y-Buzz de Lessac e emissoes habituais da vogal /i/, pre e pos-treinamento, por meio de descricoes auditivas e acusticas e investigar a presenca da sintonia fonte-filtro e sua associacao com a percepcao de uma emissao mais ressoante. Metodos: participaram desse estudo 54 alunos de teatro, sendo 31 do sexo feminino e 23 do sexo masculino, com idade media de 22 e 24 anos, sem alteracao perceptiva da qualidade vocal. Os individuos participaram de um treinamento de quatro encontros semanais que teve como objetivo ensinar a emissao Y-Buzz. Para a gravacao pre-treinamento, foi solicitada a emissao sustentada da vogal /i/ em seu modo habitual, em frequencia e intensidade auto-selecionadas, por tres vezes consecutivas. As mesmas instrucoes foram dadas no pos-treinamento para a gravacao da emissao da vogal /i/ habitual e da emissao Y-Buzz treinada. Uma analise perceptivo-auditiva foi realizada com cinco fonoaudiologas. Tres emissoes (a ultima repeticao gravada em cada momento) foram casualmente misturadas e apresentadas em sequencia. As juizas deveriam graduar a ressonancia das emissoes numa escala visual analogica, da menos a mais ressoante. As nove emissoes produzidas pelos individuos foram submetidas a analise acustica (Praat 4.4.33) e investigou-se a frequencia fundamental, as frequencias dos quatro primeiros formantes, a diferenca em frequencia entre o primeiro formante e a frequencia fundamental (F1-Fo) e, especificamente para as vozes masculinas, a frequencia do segundo harmonico, alem da diferenca entre o primeiro formante e a frequencia do segundo harmonico (F1-H2). Testes estatisticos foram empregados, inclusive para correlacionar os valores das diferencas mencionadas e as notas atribuidas as emissoes na analise perceptivo-¬auditiva. Resultados: a emissao treinada Y-Buzz em ambos os grupos recebeu maior nota (6,1 para o grupo feminino e 5,5 para o grupo masculino), seguida da emissao habitual pos-treinamento (4,8 para o grupo feminino e 4,9 para o masculino). A frequencia de F1 se apresentou mais grave na emissao treinada Y-Buzz em ambos os grupos (288 Hz para o grupo feminino e 285 Hz para o grupo masculino), com significancia estatistica somente entre as mulheres. Comparada com a emissao habitual pre-treinamento, a frequencia F1 da emissao pos-treinamento se apresentou mais grave no grupo feminino (340 Hz no pre e 318 Hz no pos-treinamento), com significancia estatistica. As frequencias de F2, F3 e F 4 mostraram-se mais graves na emissao Y-Buzz com significancia estatistica em ambos os grupos. A diferenca F1-Fo se mostrou menor para a emissao Y-Buzz entre as mulheres (52 Hz), seguida da habitual pos-treinamento (82 Hz), com diferenca estatistica entre elas. No grupo masculino, a emissao Y-Buzz se diferenciou estatisticamente das habituais atraves da diferenca FrH2 (12 Hz). Nao foi possivel estabelecer qualquer associacao entre nota e valor das diferencas F1-Fo ou F1-H2. Conclusoes: A emissao Y-Buzz foi considerada mais ressoante do que as emissoes habituais, independente do sexo. Foi tambem caracterizada por uma reducao das frequencias dos quatro primeiros formantes. Os menores valores da diferenca F1Fo entre as mulheres e F1-H2 entre os homens foram encontrados na emissao treinada Y-Buzz, sugerindo a sintonia fonte-filtro. O treinamento da emissao Y-Buzz pareceu influenciar o modo de producao habitual da vogal /i/