Dissertação de mestrado
Aspectos clínico-laboratoriais e evolutivos da infecção pelo vírus da hepatite B: experiência do setor de hepatites da Universidade Federal de São Paulo
Date
2001Registration in:
São Paulo: [s.n.], 2001. 170 p. tabgraf.
epm-017604.pdf
Author
Moutinho, Renata da Silva [UNIFESP]
Institutions
Abstract
O conhecimento dos aspectos epidemiologicos, clinicos, laboratoriais e evolutivos da infeccao aguda e cronica pelo virus da hepatite B (HBV) foi objetivo do presente estudo, que abrangeu casuistica do Setor de Hepatites da UNIFESP, em um periodo de 14 anos (1986 a 1999). Foram incluidos no estudo 1128 casos de infeccao pelo HBV, sendo 483 hepatites agudas e 645 casos de infeccao cronica. Na infeccao aguda houve predominio do sexo masculino e o principal fator de risco identificado foi a atividade sexual. No decorrer dos anos, pode-se observar uma diminuicao do numero de casos de hepatite aguda B, em relacao ao total de pacientes atendidos, a partir da decada de 90, coincidindo com as medidas profilaticas adotadas para evitar a transmissao do HIV. O diagnostico baseou-se na presenca de ictericia na grande maioria dos casos (86 por cento). Evolucao fulminante ocorreu em 1 por cento dos casos e 4 por cento dos pacientes evoluiram para forma cronica. A cura ocorreu na maioria dos casos mas nem sempre foi acompanhada do aparecimento de niveis detectaveis de anticorpos anit-HBs. Na infeccao cronica, o sexo masculino continuou predominando e a media de idade observada foi um pouco mais avancada. O principal fator de risco identificado foi o parenteral. Pode-se observar uma diminuicao relativa do numero de casos a partir do final da decada de 80, quando a hepatite C passou a contribuir de forma mais significativa no contingente das hepatites cronicas virais. A forma clinica compensada esteve presente na maioria dos casos. A presenca de replicacao viral, identificada pela positividade do HBeAg, esteve presente em cerca de 1/3 dos casos (n=143). Quando comparados aos casos com HBeAg negativo (n= 306), a forma cronica HBeAg positiva se associou a idade menos avancada, menor tempo estimado de doenca, maior tempo de acompanhamento, menor frequencia de encaminhamento pelos bancos de sangue, fatores de risco mais frequentemente identificados, presenca de co-infeccao pelo HIV...(au)