Perspectivas de vivência e recovery no grupo de acolhimento para usuários da ABRE sob a óptica das pessoas com esquizofrenia

Abstract

To compare the recovery process of people with schizophrenia undergoing outpatient treatment and that participate in a mutual support group with people with the same diagnosis, who only undergo outpatient treatment. It is intended to verify the influence of this intervention regarding the promotion of positive aspects in the recovery process of each person and in clinical outcomes. Methodology: This is a prospective study, with initial evaluation and after six months of follow-up. The mutual support group was initially composed of 16 people and the usual group of 15 people. Clinical outcomes (adherence to medication and functioning) and recovery outcomes (recovery, hope, well-being and internalized stigma) were evaluated. Nonparametric tests were used to verify the differences in measurements between the groups and between the two moments. Results: There was a higher level of internalized stigma and a decrease in the level of adherence to drug treatment in the usual treatment group, and, when comparing the pre and post difference between groups, a greater increase in adherence to drug treatment in the mutual support group. Conclusion: Data point to a possibility of more favorable results in the mutual support group, showing that continuous participation in these groups can be an important, low-cost and accessible tool for the recovery process and for the treatment itself.

Comparar o processo de recovery de pessoas com esquizofrenia em tratamento ambulatorial e que participam de um grupo de acolhimento por pares com pessoas com o mesmo diagnóstico que fazem apenas o tratamento ambulatorial. Pretende-se verificar a influência dessa intervenção quanto a promoção de aspectos positivos no processo de recovery de cada pessoa e em desfechos clínicos. Metodologia: Trata-se de um estudo prospectivo, com avaliação inicial e após seis meses de seguimento. O grupo de acolhimento foi inicialmente composto por 16 pessoas e o grupo de tratamento usual por 15 pessoas. Foram avaliados desfechos clínicos (adesão à medicação e funcionamento) e de recovery (recovery, hope, bem-estar e estigma internalizado). Testes não paramétricos foram utilizados para verificar as diferenças das medidas entre os grupos e entre os dois momentos. Resultados: Houve um maior nível de estigma internalizado e uma diminuição do nível de adesão ao tratamento medicamentosos no grupo de tratamento usual, e, na comparação da diferença pré e pós entre os grupos, um maior aumento na adesão ao tratamento medicamentoso no grupo de acolhimento. Conclusão: Os dados apontam para uma possibilidade de resultados mais favoráveis no grupo de acolhimento, evidenciando que a participação contínua nesses grupos pode ser um instrumento importante, de baixo custo e acessível para o processo de recovery e para o próprio tratamento.