Dissertação de mestrado
Estudo dos efeitos da estimulação cerebral profunda bilateral no núcleo subtalâmico sobre as funções motoras e a qualidade de vida de pacientes com Doença de Parkinson
Fecha
2021-09-28Autor
Marinho, Murilo Martinez [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objetivo: analisar a influência da estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico sobre as funções motoras e na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson avaliados antes e após 12 meses do procedimento cirúrgico. Métodos: foram selecionados os prontuários médicos de 20 (vinte) pacientes com doença de Parkinson submetidos à cirurgia de estimulação cerebral profunda no núcleo subtalâmico, dos quais foram coletados dados pré- e pós-cirúrgicos relacionados às funções motoras e de qualidade de vida, provenientes da aplicação de escalas validadas, a fim de verificar possíveis relações entre alterações nesses parâmetros e o procedimento cirúrgico. Resultados: Comparando dados pré-operatórios e após 12 meses do ato cirúrgico, verificou-se diminuição significante no estágio da doença na escala Hoehn e Yahr no período off e na dose equivalente de levodopa (p<0,001). No período on, houve diminuição significante das discinesias (p=0,009). Quanto às funções motoras verificadas pela escala UPDRS-III, obteve-se diminuição significante no escore total (p=0,001), além de diminuição dos escores de rigidez para todos os membros (p<0,05) no período on. No período off, todos os escores da escala UPDRS-III, exceto relacionados à fala e amplitude tremor em repouso no lábio se mostraram significantemente diminuídos. Quanto à avaliação da qualidade de vida, os escores obtidas a partir do questionário PDQ-39 mostraram que, após 12 meses da implantação do eletrodo, houve melhora significante dos parâmetros mobilidade, atividade de vida diária e estigma (p<0,05). Conclusões: Os resultados obtidos permitem concluir que a estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico em pacientes com doença de Parkinson promove a melhora da função motora, com diminuição no escore total da escala UPDRS III, em ambos os períodos on e off; melhora do estágio da doença no período off, sem alteração no período on; bem como a melhora na qualidade de vida autorreferida pelo paciente e a redução significativa na dose de L-DOPA.