Estado funcional de pacientes internados em unidade de terapia intensiva pediátrica

Abstract

Objective: To evaluate the prevalence and factors associated with impaired functional capacity in the Pediatric Intensive Care Unit (PICU). Methods: A prospective, multicenter, observational cohort study with patients under 18 years of age admitted to three PICUs of the State of São Paulo. They will be recruited over a one-year period (12/03/2019-11/03/2020) and monitored during the hospitalization. Demographic, socioeconomic and health background characteristics will be collected. Hospitalization data such as admission causes, comorbidities, clinical evolution, laboratory tests and functional capacity in three moments: admission, discharge from the PICU and hospital discharge will be recorded. The data will be collected from the medical records and an interview will be held with the parents/guardians at the hospital. To estimate the functional loss, the functional status scale (FSS) was used, which is composed of six categories: Mental State, Sensory, Communication, Motor, Respiratory and Food. Change in functional capacity was defined as the occurrence of new morbidity (change in a domain of the FSS equal to or greater than 3), which was estimated at hospital discharge in relation to admission. Qualitative variables were described as absolute and relative frequencies and quantitative variables as median and interquartile range. To study the associations between the explanatory variables and the outcome of the evolution of functional capacity, the x2 test, Fisher and Mann-Whitney U test and multiple logistic regression analysis were performed. Results: A total of inpatients during the recruitment period were studied. New morbidity discharge from the PICU occurred in 14.6% of patients, whereas upon discharge from hospital it was 12.3%. The factors that maintained an independent risk association with new morbidity at hospital discharge in relation to admission to the PICU were: diagnosis heart disease (OR=3.53;95% CI:1.08-11.44), age in years (OR=1.16; 95% CI:1.07-1.27), length of stay in the PICU in days (OR=1.08; 95% CI: 1.05-1.11) and score of severity PELOD2 (OR=1.09; IC95%: 1.04-1.14). Conclusion: the identification of factors associated with new morbidity functional points to the importance of adopting strategies to prevent multiple organ dysfunction and early recognition of heart disease in patients admitted to PICU.

Objetivo: Estimar a prevalência e identificar fatores associados à alteração da capacidade funcional de pacientes egressos de Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI Ped). Métodos: Estudo observacional tipo coorte prospectivo e multicêntrico. Pacientes menores de 18 anos de idade admitidos em três UTIs Ped do Estado de São Paulo foram recrutados em um período de um ano (12/03/2019 a 11/03/2020) e acompanhados durante a internação. Características demográficas, socioeconômicas e de antecedentes de saúde foram coletadas. Informações da internação, como causas de admissão, presença de comorbidades, evolução clínica, exames laboratoriais e capacidade funcional em três momentos: admissão, alta da UTI e alta hospitalar foram registradas. Os dados foram coletados do prontuário assistencial e uma entrevista foi realizada com os pais/responsável na alta hospitalar. Para estimativa da perda funcional foi utilizada a Escala do Estado Funcional (FSS), que é composta por seis categorias: Estado Mental, Sensorial, Comunicação, Motor, Respiratório e Alimentação. Foi considerada alteração da capacidade funcional a ocorrência de nova morbidade (mudança em um domínio da FSS igual ou maior a 2 ou uma mudança na pontuação total igual ou maior a 3), que foi estimada na alta hospitalar em relação à admissão. Variáveis qualitativas foram descritas como frequências absolutas e relativas e as quantitativas como mediana e intervalo interquartil. Para estudo das associações entre as variáveis explicativas e o desfecho da evolução da capacidade funcional foram realizados, o teste do x2, Fisher, teste U de Mann-Whitney e análise de regressão logística múltipla. Resultados: Foram estudados 357 pacientes internados no período de recrutamento. A nova morbidade na alta da UTI Ped ocorreu em 14,6% dos pacientes enquanto, na alta hospitalar foi de 12,3%. Os fatores que tiveram associação de risco com a nova morbidade de forma independente na alta hospitalar em relação à admissão na UTI Ped foram: diagnóstico de doença cardíaca (OR=3,52; IC95%: 1,08-11,44), idade em anos (OR=1,16; IC95%: 1,07-1,27), tempo de permanência na UTI em dias (OR=1,08; IC95%: 1,05-1,11) e escore de gravidade PELOD2 (OR=1,09; IC95%: 1,04-1,14). Conclusão: a identificação dos fatores associados a nova morbidade funcional aponta para importância de adotar estratégias de prevenção da disfunção dos múltiplos órgãos e de reconhecimento precoce das doenças cardíacas em pacientes admitidos em UTI Ped.